JORNAL NACIONAL

"Arthur Lira é quem governa o país", diz Lula ao criticar Bolsonaro

Por Com agências 25/08/2022 - 21:48
Atualização: 25/08/2022 - 21:57
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Reprodução
Lula no JN
Lula no JN

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência, criticou nesta quinta-feira, 25, durante sabatina para o Jornal Nacional, da TV Globo, a relação entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e partidos do Centrão do Congresso Nacional, liderados pelo presidente da Câmara, o alagoano Arthur Lira (PP).

Durante a entrevista, o presidenciável reiterou a promessa de que mandará investigar possíveis casos de corrupção, caso seja eleito. Disse ainda que com o orçamento secreto, Bolsonaro ficou refém do Congresso Nacional e que "não manda no orçamento". 

Conforme Lula, quem controla o orçamento federal é  Lira. "O Bolsonaro parece o bobo da corte", disse o petista. "Tem que acabar com esse semipresidencialismo", acrescentou, em alusão à influência do Congresso sobre o governo e o Orçamento federal.

"O Centrão não é um partido político, até porque hoje só tem partido político no Brasil o PT, o PCdoB, talvez o PSol e o PSB, porque quase todos os outros partidos são cartoriais, são cooperativas de deputados que se juntam em determinadas circunstâncias."

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Confrontado pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos sobre escândalos de desvio de dinheiro público nas gestões petistas, Lula defendeu ter criado e fortalecido o aparato de combate à corrupção nos seus governos. "Foi no meu governo que a gente criou o portal da transparência, a CGU, a Lei de Acesso à Informação, a Lei Anticorrupção, Lei contra Lavagem de Dinheiro, criamos o Coaf e colocamos o Cade para combater os cartéis. O Ministério Público era independente e a Polícia Federal recebeu mais independência que em toda história", descreveu.

Lula voltou a criticar a Lava Jato e disse que a operação errou ao "enveredar por um caminho político delicado". O petista também afirmou que o objetivo da força-tarefa foi condená-lo. "Durante cinco anos, eu fui massacrado e tenho hoje a primeira oportunidade de falar sobre isso abertamente ao vivo. O que foi o equívoco da Lava Jato? Ela enveredou por um caminho político delicado, ultrapassou o limite da investigação e foi para um caminho político. Aconteceu exatamente o que eu previa. Objetivo da Lava Jato foi o Lula, condenar o Lula", criticou.

Lula admitiu corrupção na Petrobras, mas acusou o Ministério Público de "oficializar o roubo" com delações premiadas. "Não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram. O que é mais grave é que as pessoas confessaram e, por conta das pessoas confessaram, ficaram ricas. Você não só ganhava liberdade por falar o que queria o Ministério Público, como você ganhava metade do que roubou. O roubo foi oficializado pelo Ministério Público, o que eu acho uma insanidade e uma aberração para esse País. Lava Jato quase joga nome do MP na lama. MP é instituição séria que eu sempre valorizei, da mesma forma a PF "Lula ainda ironizou os sigilos de 100 anos decretados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em informações públicas, sem citar o adversário.

"Eu poderia ter escolhido um procurador-geral engavetador, escolhi da lista tríplice. Poderia ter impedido que a Polícia Federal tivesse um delegado, que eu pudesse controlá-lo. Não fiz Permiti que as coisas acontecessem do jeito que precisasse acontecer. Eu poderia fazer decreto de sigilo de 100 anos. Pro Pazuello, pros meus filhos, pros meus assessores. A corrupção só aparece quando você governa de forma republicana. Vamos continuar criando mecanismos para investigar qualquer delito que aconteça na máquina pública."

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