CHACINA DA GRUTA

Vídeo de Bolsonaro defendendo Talvane Albuquerque viraliza após debate

Ex-deputado federal, médico alagoano foi condenado por ter mandado matar Ceci Cunha
Por José Fernando Martins 30/08/2022 - 08:33
Atualização: 30/08/2022 - 10:18
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Divulgação
Jair Bolsonaro e Talvane Albuquerque
Jair Bolsonaro e Talvane Albuquerque

Um vídeo que começou a circular no WhatsApp, em Alagoas, no início do mês, tem ganhado a grande mídia na última semana. Trata-se do polêmico voto do então deputado federal Jair Bolsonaro , hoje presidente, sendo contra a cassação do também ex-deputado federal e médico Talvane Albuquerque, condenado por orquestrar a morte de Ceci Cunha, mãe do senador e candidato a governo do Estado, Rodrigo Cunha (UB).

No domingo, 28, durante o debate entre os presidenciáveis exibido pela Band, a candidata Simone Tebet (MDB) citou superficialmente o caso, fazendo com que o assassinato de Ceci Cunha voltasse a ter repercussão. “O candidato Bolsonaro, como deputado, defendeu o assassino de uma mulher”, disse Tebet em pergunta endereçada ao presidente, no bloco de confronto direto entre os candidatos. Na resposta, Bolsonaro evitou comentar a acusação: “Me acusa sem provas nenhuma”, disse.

Albuquerque foi cassado pela Câmara Federal em 1999. Ele era suplente da deputada Ceci Cunha, vítima de uma chacina. O fato aconteceu na noite do dia 16 de dezembro de 1998, horas depois de ser diplomada deputada federal pelo PSDB de Alagoas.

Ceci Cunha estava na casa do cunhado Iran Carlos Maranhão, no bairro Gruta de Lourdes, em Maceió, em companhia do marido, Juvenal Cunha, e da mãe de Iran, Ítala Maranhão, onde comemoraria a eleição, quando foi morta a tiros por pistoleiros. As outras três pessoas também foram assassinadas. 

Na votação para cassação, o placar registrou 427 votos a favor da cassação, 29 contrários, 21 deputados se abstiveram e 1 votou em branco. À época, o presidente da Câmara Federal era Michel Temer. A votação foi secreta, mas Bolsonaro resolveu se pronunciar sobre o caso.

"Eu fico com minha consciência pesarosa para votar pela cassação desse parlamentar, porque amanhã qualquer um de nós pode estar no lugar dele. É mais do que uma cassação de mandato. Praticamente nós estamos condenando o Talvane Albuquerque como sendo o mentor ou assassinato de uma companheira", disse Bolsonaro no plenário.

Talvane Albuquerque foi condenado a 92 anos de prisão pelo crime de mando, mas no ano passado, conseguiu progressão de pena para o regime semiaberto. Em 2012, quando ocorreu o julgamento, os jurados reconheceram a acusação de que o crime foi planejado porque ele não se conformava em não ter sido eleito e acabou como primeiro suplente de deputado.

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