Ao ser questionado por jornalistas nesta sexta-feira, 2, durante a 45ª Expointer, em Esteio, no Rio Grande do Sul, sobre a tentativa de assassinato sofrida pela vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de ontem, 1, em Buenos Aires, o presidente Jair Bolsonaro fez referência ao atentado que ele sofreu durante as eleições de 2018. Na ocasião, ele foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG), durante um ato de campanha.
"Eu lamento, é um risco que todo mundo corre, eu quase morri em 2018 e não vi a esquerda se preocupando comigo, mas tudo bem", disse.
Em seguida, ao ser perguntado novamente sobre o assunto pelos repórteres, ele reafirmou que lamenta e disse esperar apuração sobre o crime.
"Eu já falei que lamento, apesar de não ter nenhuma simpatia por ela, não desejo isso para ela, agora, quando eu levei a facada, esse pessoal da esquerda ficou calado, mas tudo bem, nós temos coração, e lamento o ocorrido e espero que a apuração seja feita, pra saber se foi da cabeça dele, ou de alguém que teria porventura contratado ele para fazer isso", acrescentou.
Entretanto, diferentemente do que disse o presidente, políticos de esquerda se solidarizaram quando ele levou uma facada. Entre os políticos que se manifestaram em 2018 está Fernando Haddad (PT), então candidato à Presidência da República pelo PT e nome do partido ao governo paulista em 2022. "Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro", escreveu Haddad no Twitter cerca de 1h após o atentado.
Guilherme Boulos (PSOL), outro candidato à época, que hoje disputa uma vaga à Câmara, também foi ao Twitter: "Soube agora do que ocorreu com Bolsonaro em Minas. A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato".
Ciro Gomes (PDT), também candidato à Presidência em 2018 e em 2022, escreveu há quatro anos: "Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam o ou os responsáveis por esta barbárie".
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, disse à época, em vídeo compartilhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Lamentável. Nenhum ato de violência pode ser admitido. A violência não é justificável. Na política temos que nos ater ao enfrentamento de ideias".
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Lindbergh Farias (PT) e a candidata Vera Lúcia (PSTU) também prestaram solidariedade.
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