BANCO CENTRAL

Bolsonaro torrou US$ 65,8 bilhões em reservas internacionais em quatro anos

Governos Lula e Dilma, do PT, deixaram, de 2003 a 2015, um volume de reservas internacionais de US$ 368,7 bilhões
Por Agências 04/01/2023 - 14:36
Atualização: 04/01/2023 - 14:46
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Agência Brasil
Paulo Guedes, ex-ministro da Economia do governo Bolsonaro
Paulo Guedes, ex-ministro da Economia do governo Bolsonaro

Dados do Banco Central (BC) apontam que o Brasil chegou ao fim de 2022 com US$ 324,7 bilhões em reservas internacionais, US$ 65,8 bilhões a menos do que as reservas registradas no início do mandato de Jair Bolsonaro, que eram de US$ 390,5 bilhões.

Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, “Jair Bolsonaro foi o único presidente que não aumentou as reservas internacionais, quando se compara o primeiro com o último dia de governo de cada um dos mandatários”.

Em 2002, o governo federal dispunha de apenas US$ 16,3 bilhões de reservas internacionais líquidas, deixadas pelo governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

No acumulado dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff (2003 a 2015), ambos do PT, o volume das reservas internacionais chegou a US$ 368,7 bilhões. Em março de 2016, em meio ao golpe contra Dilma, elas somavam US$ 372 bilhões.

O ex-ministro do Trabalho e da Previdência, Ricardo Berzoini (PT) explicou ao Portal CUT, no auge da pandemia, que quando um governo coloca dólares à venda no mercado financeiro, o valor da moeda norte-americana tende a cair e, por isso, não seria prudente gastar toda a reserva cambial. Uma queda artificial prejudicaria as exportações brasileiras.

“O governo pode começar a vender esses dólares aos poucos para não inundar o mercado, mas só o anúncio de uma série de obras, mostrando que há dinheiro para isso, seria suficiente para as empresas começarem a fazer projetos e contratar trabalhadores”, diz.

Para Berzoini, o dólar em torno de R$ 4,70 já seria suficiente para expandir a indústria com a compra de equipamentos e ainda permitir a exportação de produtos brasileiros.

“O problema é que o compromisso deste governo é somente com o latifúndio exportador”, diz o ex-ministro do Trabalho, de Lula, e da Secretaria de Governo, de Dilma Rousseff, entre outros cargos ocupados nos governos petistas.

Segundo ele, a estratégia de colocar mais dinheiro em circulação na economia está sendo posta em prática pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, só que lá ele pode imprimir a própria moeda. Aqui, imprimir o real poderia acabar em inflação mais alta.


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