POLÍTICA
Centrão já planeja espaço para Arthur Lira no governo após reeleição
União Brasil entregaria ao governo votos de até 40 dos 59 deputados se Lula cedesse espaço na Esplanada para um nome de Lira
Prestes a ser reconduzido para mais 2 anos na presidência da Câmara, Arthur Lira (PP) planeja cruzar os braços para pautas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia seguinte à eleição para o comando da Casa. Lira não criará problemas com o PT até 1º de fevereiro, quando a eleição ocorre, mas, a partir daí, segundo apurou o Poder360, vai deixar o partido de Lula sentir na pele as dificuldades de formar uma maioria governista sem seu engajamento direto.
Não haverá ato hostil contra o Palácio do Planalto. Lira tem, inclusive, demonstrado proximidade com Lula e o PT em encontros recentes, tanto oficiais quanto reservados. De braços cruzados, a intenção de Lira é mostrar ao Planalto que precisará ceder espaço a uma indicação de seu grupo político na Esplanada dos Ministérios para garantir votos do Centrão.
Se o plano vingar, será o embarque oficial do deputado no governo Lula. O Poder360 apurou que um caminho pelo qual o Planalto planeja atender Lira é manter a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) sob o comando de Marcelo Andrade Moreira Pinto.
Segundo o site, próximo à Lira, o engenheiro civil também é considerado um apadrinhado dos líderes do União Brasil no Senado, Davi Alcolumbre (AP), e na Câmara, Elmar Nascimento (BA). O líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse ao Poder360 que “o problema não é o nome” de quem comanda a Codevasf, e, sim, “como o nome vai trabalhar”.
Segundo o petista, “não pode ser uma pessoa só dizendo tudo o que ele [Marcelo Pinto] vai fazer, porque ele tem que atender uma bancada de um novo governo”. O desenlace do diálogo do governo Lula com Lira será determinante para a relação com a bancada do União Brasil na Câmara. Vem dela a reclamação de que, além de o partido não ter sido consultado sobre as indicações de Waldez Góes (Integração Nacional), Juscelino Filho (Comunicações) e Daniela Carneiro (Turismo), ainda recebeu ministérios esvaziados. Todas as indicações são atribuídas a Davi Alcolumbre.
Mas é tudo ou nada: o União Brasil entregaria ao governo votos de até 40 dos 59 deputados se Lula cedesse espaço na Esplanada para um nome de Lira. Ou quase nenhum voto se detectar um movimento no sentido contrário. A matéria pode ser acessadano link: https://www.poder360.com.br/br...