EM MACEIÓ

Ato contra a Ditadura Militar terá presenças do ex-preso político Edival Cajá

Estudante que comoveu o Brasil quando seus colegas publicaram: Cajá está sendo torturado e você vai à aula?
Por Assessoria 29/03/2023 - 13:24
A- A+
Assessoria
Comissão Memória, Verdade e Justiça (AL) homenageia mortos e desaparecidos vítimas da Ditadura em Alagoas
Comissão Memória, Verdade e Justiça (AL) homenageia mortos e desaparecidos vítimas da Ditadura em Alagoas

Na disputa contra as forças reacionárias da nossa sociedade, já foi preciso defender que a terra é
redonda, gira em torno do sol e que sim, aconteceu uma ditadura militar no Brasil, de 1964 a 1985,

denunciada internacionalmente e condenada por crime contra a humanidade pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos, que já exigiu por mais de sete vezes que o Brasil apure os atos
de tortura e responsabilize os torturadores e mandantes.

Existem opiniões conciliatórias também, que propagam que é preciso deixar essas mágoas no
passado e seguir a vida. Foi por não punir os criminosos da ditadura militar que ainda lidamos com o
silenciamento sobre os atos golpistas e a prática de tortura pelas forças policiais. E não dá para dizer
que é exagero quando toda a sociedade assistiu à tortura e morte de Genivaldo Santos, em outubro
do ano passado, numa câmara de gás improvisada na mala da viatura da Polícia Rodoviária Federal
(PRF).

Pois bem, a disposição da geração de 1968, e da militância que defende esse legado, está resumida
no lema: “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça: Ditadura Nunca Mais”. A
Comissão Nacional da Verdade, instituída legalmente em 2011, concluiu o relatório apontando 434
mortos nos cárceres da Ditadura e 210 desaparecidos, responsabilizando 377 agentes do Estado por
graves violações. No Brasil, apenas um foi punido: o delegado aposentado Carlos Alberto Augusto.

Ato contra a ditadura

Para exigir a punição dos crimes praticados neste período terrível da nossa história, a Unidade
Popular (UP) convoca a população para lutar de forma corajosa contra o fascismo, seguindo o
exemplo de grandes alagoanas e alagoanos que lutaram contra a Ditadura militar.
Na sexta-feira, dia 31, às 19h, no auditório do Ifal maceió, haverá homenagens para Manoel Lisboa,
Odjas Carvalho, Gastone Beltrão, José Gomes Teixeira, Manoel Fiel Filho, José Dalmo, Jayme Miranda,
Túlio Quintiliano e Luiz Almeida Araújo. O ato é organizado pela Comissão Estadual Memória,
Verdade e Justiça.

Já no sábado, dia 1° de abril, dia do Golpe Militar, os ativistas vão se concentrar às 9h, no calçadão
do Centro, em frente ao antigo Produban, para denunciar os golpistas de ontem e de hoje, que
devem responder pelos crimes hediondos que cometeram contra toda a sociedade.
Cajá está sendo torturado e você vai à aula?

O ato de sábado vai contar com a participação de Edival Nunes Cajá, que era estudante de Sociologia
e dirigente do DCE da UFPE, quando, em 12 de maio de 1978, foi sequestrado por agentes do Estado,
colocado num carro e levado para a cadeia, onde foi torturado. Uma ampla campanha foi mobilizada
pela libertação de Cajá, com a colaboração de dom Helder Câmara e o reforço da greve de 12 mil
estudantes da Universidade onde estudava.

As faixas e cartazes “Cajá está sendo torturado e você vai à aula?” espalharam-se por Recife e deram
visibilidade aos crimes da Ditadura. Cajá foi o último preso político a ser libertado, em 1979. Hoje,
com mais de 70 anos, Cajá continua firme na militância e é dirigente do Comitê Memória, Verdade e
Justiça de Pernambuco e do Partido Comunista Revolucionário (PCR), que ele fundou junto com o
alagoano Manoel Lisboa, entre outros jovens, em 1966.
Serviço:

Homenagem da Comissão Memória, Verdade e Justiça (AL) aos mortos e desaparecidos vítimas da
Ditadura em Alagoas, na sexta-feira (31), 19h, no auditório do Ifal
Ato pela punição dos crimes da ditadura militar, no sábado, 9h, no Calçadão do Centro, em frente ao
antigo Produban


Encontrou algum erro? Entre em contato