PRIVATIZAÇÕES

Empresas compram estatais de água e esgoto e buscam financiamento público

Especialista diz que BNDES oferece juros menores a empresas sem compromisso social
Por Odilon Rios - Especial para o Extra 01/04/2023 - 13:14

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Reprodução/Instagram
Paulo Dantas em encontro com Jorge Lemann nos EUA em novembro
Paulo Dantas em encontro com Jorge Lemann nos EUA em novembro

Grandes empresas e bancos compraram estatais de energia elétrica e água pelo país mas não usam dinheiro próprio na hora de gerenciar estes negócios. Eles vão atrás de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma instituição que oferece juros menores e cujo maior acionista é a União.

Pesquisador e coordenador do Núcleo de Auditoria Cidadã da Dívida Pública, José Menezes Gomes diz que a privatização de estatais da água e energia elétrica repete os mesmos erros do Governo FHC. Inclusive mantendo o discurso sobre a necessidade da desnacionalização destas estatais e a ideia de que o privado não tem os vícios do público, como as indicações políticas ou influências partidárias.

As privatizações começaram no Brasil no Governo Fernando Collor. Mas, em 1997, a crise asiática, mais a brutal elevação da taxa de juros fizeram as dívidas dos estados explodirem e serem federalizadas (incluindo a alagoana, que entregou a Ceal em troca de R$ 229,7 milhões como adiantamento, equivalendo a metade das ações) e as dívidas sendo renegociadas por 30 anos.

Em 2017, 20 anos depois, os estados combinaram nova renegociação de suas dívidas, por mais 20 anos e a União exigiu que as estatais que sobraram – em Alagoas, a Casal – fossem privatizadas. “O fato novo que temos é que a destruição dos serviços públicos, na fase anterior, serviu de facilitador para a propagação da covid-19”, explica o professor Menezes.

Confira na íntegra, já nas bancas!

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