CORURIPE
Vereador diz que mulheres trans devem "sofrer uma coça" ao usar banheiro feminino
Declaração transfóbica de Franciney Joaquim aconteceu durante sessão na Câmara Municipal
Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Coruripe desta quarta-feira (12), o vereador Franciney Joaquim (MDB) afirmou que mulheres trans devem "sofrer uma coça" caso tentem usar banheiros femininos.
"Se eu estiver em uma praça com as minhas filhas e algum 'cabra' desse quiser entrar lá [no banheiro feminino], vai ser difícil ele sair sem a gente ter um entendimento. Além dele sofrer uma coça, porque a minha opinião é que ele sofra uma pisa boa, ele ainda vai para o rigor da lei por importunação sexual. Se uma pessoa estiver lá dentro, menor de 14 anos, vai ser acusado de estupro de vulnerável", afirmou o vereador.
O pronunciamento foi feito dias após uma mulher trans gravar um vídeo na praça de Coruripe para denunciar que foi impedida de utilizar o banheiro público feminino. O vídeo com a fala do vereador, disponibilizado no canal da Câmara no YouTube, circula nas redes sociais.
"Seja na escola, seja no hospital, seja no posto de saúde, seja na praça, banheiro feminino é para mulheres biologicamente femininas e banheiro masculino é para homens biologicamente masculinos. E aqui não tem homofobia nem transfobia. Aqui tem respeito à família", defendeu Franciney.
A criminalização da homofobia e da transfobia foi permitida pelo STF em junho de 2019, quando a maioria dos ministros considerou que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais passariam a ser enquadrados no crime de racismo.
O vídeo gerou reações de entidades que representam a comunidade LGBTQIA+ no estado. A representante da Associação das Travestis e Transexuais de Alagoas (Asttal), Cris de Madri, classificou os comentários do parlamentar como "totalmente desrespeitoso, homofóbicos e transfóbicos".
O presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Nildo Correia, também repudiou o pronunciamento do vereador e disse que acionou o setor jurídico para avaliar de que forma o parlamentar pode ser questionado na Justiça. Nildo afirmou que o grupo vai entrar com uma ação no Ministério Público e que vai solicitar que a Câmara Municipal investigue se houve quebra de decoro parlamentar.
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