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Prefeito fala em “castrar meninas” para controle da população

Mário Esteves ainda disse que a Câmara deveria aprovar uma lei para limitar a dois o número de filhos de cada família
Por Redação 16/09/2023 - 14:55

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Mário Esteves
Mário Esteves

O prefeito de Barra do Piraí, Mário Esteves (PROS), defendeu na última quinta-feira, 14, que as “meninas” da cidade sejam “castradas” para controlar a população local. A declaração foi repudiada em discussões nas redes sociais. As informações são dos sites Estadão e O Antagonista. 

“O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o Dione [secretário de Saúde]? Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara”, disse o prefeito, depois de anunciar a inauguração de uma creche na cidade.

O prefeito também defendeu a criação de uma lei que limitasse a dois o número máximo de filhos que uma mulher poderia ter na cidade. Ele argumentou que era necessário "haver um projeto federal, estadual e municipal" para lidar com a questão do crescimento populacional, enfatizando a necessidade de responsabilidade ao trazer filhos ao mundo.

“É no máximo dois. Tem que fazer uma lei lá na Câmara. Haja creche para ser construída ao longo dos próximos anos. Tem que ter um projeto federal, estadual e municipal, porque precisa sim desse controle. É muita responsabilidade colocar filho no mundo”, afirmou o prefeito.

A lei federal nº 9.263, de 1996, proíbe a aplicação de medidas de controle demográfico. A legislação sobre o tema estabelece que o planejamento familiar “orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade”.

As falas de Esteves foram condenadas também na política local de Barra do Piraí. A vereadora Kátia Miki (Cidadania) escreveu em suas redes sociais que o vídeo mostra “o desrespeito e a falta de empatia às mulheres”. “O prefeito se refere a nós como se fôssemos “bichos” sujeitas ao controle da prole, ignorando o fato de que as mulheres não geram os filhos sozinhas”, destacou a parlamentar.

Também por meio das redes sociais, Esteves alegou não ter tido a intenção “de ofender quaisquer parcelas da população, muito menos as mulheres. “Reconheço o equívoco na troca do termo técnico - ‘laqueadura’ por ‘castrar’”, escreveu.

“No entanto, isso não diminui a importância do assunto. O que deveria entrar em pauta era o planejamento familiar’, prosseguiu.” Esse é o assunto que tem que estar nas manchetes — e não a troca num termo técnico. Infelizmente, hoje, qualquer palavra mal colocada pode se transformar em barbárie nas mãos de pessoas mal intencionadas”, justificou.


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