golpe do 8 de janeiro

Relatório final da CPMI cita subordinação de militar alagoano a Bolsonaro

Documento mostra adesão ao bolsonarismo radical influenciado pelo ex-presidente
Por Bruno Fernandes 22/10/2023 - 06:59
Atualização: 22/10/2023 - 07:17
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Reprodução
Fardado, Marcos Vanderlei recebe abraço do ex-presidente Jair Bolsonaro
Fardado, Marcos Vanderlei recebe abraço do ex-presidente Jair Bolsonaro

O relatório final da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de Janeiro, expôs uma intricada relação entre militares — especialmente de Alagoas — e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a leitura do documento, aprovado na quarta-feira, 18, por 20 votos a favor e 11 contra, a senadora destacou um capítulo especial que revela o modus operandi da adesão ao bolsonarismo radical, influenciado diretamente por Bolsonaro, que teve seu indiciamento solicitado. 

Durante a leitura, a parlamentar destacou casos concretos que evidenciam essa relação estreita entre os policiais militares e o bolsonarismo. Um exemplo mencionado foi a exoneração do subcomandante do policiamento de Maceió, Alagoas, em junho de 2021. “O subcomandante do policiamento de Maceió foi exonerado do cargo depois de uma série de manifestações nas redes sociais em que declarava apoio a Bolsonaro e atacava o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), e seu pai, o senador Renan Calheiros (MDB-AL),” diz um trecho do relatório final apresentado pela senadora. 

O trecho se refere ao episódio ocorrido em junho de 2021, no qual a Polícia Militar de Alagoas exonerou do cargo de subcomandante de policiamento da capital e abriu um IPM (inquérito policial militar) contra o tenente-coronel Marcos Vanderlei após supostas críticas ao então governador Renan Filho (MDB) e atual ministro do governo Lula. À época, Vanderlei alegou que foi informado da exoneração pelo comandante da PM, Wellington Bitencourt, que teria justificado a saída dele do cargo em um pedido da cúpula do governo do estado devido às críticas que teria feito à gestão estadual e ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), além de ser apoiador do então presidente Jair Bolsonaro. 

A exoneração do militar do cargo no CPC (Comando de Policiamento da Capital) ocorreu no dia 4 de junho de 2021. No dia 10, foi aberto inquérito para investigar sua conduta. Em nota divulgada à imprensa à época, a PM de Alagoas confirmou que a apuração foi aberta “visando a apuração de possível cometimento de crimes militares contra o Chefe do Poder Executivo Estadual.” A nota, porém, não faz qualquer menção ao motivo da saída do cargo dele do CPC. Outro caso citado no relatório foi o uso da Lei de Segurança Nacional (LSN) por um policial militar em Goiás. Nesse episódio, um professor foi preso por se recusar a retirar um adesivo do carro que dizia “Fora Bolsonaro genocida.”

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