bastidores
Davino e Albuquerque tentam barrar federação entre MDB e Republicanos
Aliança defendida por Renan Filho pode inviabilizar planos de adversários políticos
Desde que o ministro dos Transportes e senador licenciado por Alagoas, Renan Filho (MDB), passou a defender publicamente a formação de uma federação entre o MDB e o Republicanos, a articulação nos bastidores da política alagoana se intensificou.
Os principais movimentos contrários à ideia têm partido do ex-deputado estadual Davi Davino Filho e do deputado estadual Antônio Albuquerque, que atuam para tentar barrar a união entre as duas siglas. Albuquerque, inclusive, já rejeitou publicamente a ideia.
Em nota divulgada por sua assessoria, Albuquerque afirmou que não houve qualquer tratativa oficial envolvendo o diretório estadual sobre a formação da aliança e destacou que o tema será amplamente debatido.
“Prefiro que o presidente nacional analise os prós e contras e que os membros firmem algo que beneficie a maioria. Não antecipo, nem arredo o pé”, declarou o deputado, deixando claro que sua posição é contrária ao modelo federativo.
“Tenho convicção de que os compromissos assumidos com o povo não podem ser barrados por amarras partidárias. Os partidos precisam se fortalecer, sim, mas também precisam ser instrumentos de apoio ao povo e não apenas à manutenção de interesses no Congresso”, reforçou.
Os motivos
A resistência de Albuquerque à federalização entre MDB e Republicanos se alinha à crescente insatisfação de algumas lideranças estaduais do Republicanos em Alagoas. A possibilidade da federação ser firmada tem gerado desconforto entre parlamentares e lideranças que veem o movimento como uma forma de centralizar decisões e dar mais poder ao grupo político liderado por Renan Filho e seu pai, o senador Renan Calheiros (MDB), no estado.
Na avaliação de Davino e Albuquerque, a consolidação da federação praticamente asseguraria o comando das duas legendas em Alagoas ao clã Calheiros. Uma das principais preocupações de Davino é com a disputa ao Senado Federal.
Caso a federação se concretize sob a liderança do grupo emedebista, ele corre o risco de ser excluído da corrida eleitoral em 2026, frustrando um dos principais objetivos de sua trajetória política recente.