JUSTIÇA ELEITORAL

Prefeito e vice de Piaçabuçu têm mandatos cassados pela segunda vez

Mesmo juiz já havia proferido sentença semelhante, também por abuso de poder político
Por Bruno Fernandes 17/06/2025 - 06:50
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Prefeito de Piaçabuçu, Rymes Lessa, e o vice-prefeito, Carlos Ronalsa
Prefeito de Piaçabuçu, Rymes Lessa, e o vice-prefeito, Carlos Ronalsa

O juiz Lucas Lopes Dória, da 13ª Zona Eleitoral, determinou na segunda-feira, 16, a cassação dos mandatos do prefeito de Piaçabuçu, Rymes Lessa, e do vice, Carlos Ronalsa, por abuso de poder político, econômico e administrativo nas eleições de 2024.

A sentença é resultado de nova Ação de Investigação Judicial Eleitoral movida pela coligação “Piaçabuçu, Daqui pra Melhor” e pelo ex-candidato Kayro Cristóvão Castro, com base em ações promovidas durante o ano eleitoral.

Foram consideradas ilegais a realização de eventos com recursos públicos, como festas, sorteios e distribuição de alimentos, além de ações com presença do então pré-candidato e uso da estrutura da Prefeitura.

A Justiça também apontou a promoção de evento político na casa do vice-prefeito, distribuição de brindes e alimentos na Semana Santa e a mudança na identidade visual das redes oficiais do município com referências à campanha eleitoral.

Para o magistrado, os atos foram articulados dentro da administração municipal e voltados para beneficiar eleitoralmente o então candidato, configurando uso indevido da máquina pública.

A decisão determinou a inelegibilidade de Rymes Lessa, Carlos Ronalsa e do ex-prefeito Djalma Breda por oito anos, além de multa de R$ 20 mil a cada um. Suzane Araújo, ex-secretária de Assistência Social, foi absolvida.

O juiz ordenou que, após o trânsito em julgado, seja realizada nova eleição. Até lá, a chefia do Executivo será exercida interinamente pelo presidente da Câmara Municipal de Piaçabuçu.

A decisão segue jurisprudência do TSE e do STF, que determina novas eleições em caso de cassação de mandato majoritário, sem considerar a quantidade de votos anulados.

Esta é a segunda vez que os mandatos da chapa eleita são cassados. Em decisão anterior, o mesmo juiz já havia proferido sentença semelhante, também por abuso de poder político.

A defesa dos envolvidos pode recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, que analisará o caso em instância superior.


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