CBTU, Codevasf, Incra...

Lira seguirá controlando órgãos federais em AL após saída do PP do governo

Progressistas, em federação com o União Brasil, comunicou que deixará os cargos no fim deste mês
Por Bruno Fernandes 29/09/2025 - 07:57
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MARINA RAMOS - CÂMARA DOS DEPUTADOS
Lira seguirá controlando órgãos federais em AL após saída do PP do governo
Lira seguirá controlando órgãos federais em AL após saída do PP do governo

Mesmo após o anúncio da saída do Progressistas do governo Lula, Arthur Lira continuará mantendo influência sobre órgãos federais em Alagoas. A presença de aliados do deputado seguirá em cargos estratégicos como Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Porto, além de diretorias da Caixa Econômica.

O Progressistas, em federação com o União Brasil, comunicou que deixará oficialmente os cargos no fim deste mês. Apesar disso, a manutenção de indicações estaduais indica que a mudança deve afetar principalmente a estrutura em Brasília, e não nos estados.

Ainda em junho de 2025, o deputado reforçou seu controle sobre a CBTU em Alagoas com a nomeação do advogado Max Ferreira ao cargo de superintendente. Max é filho do prefeito de Limoeiro de Anadia, Marlan Ferreira, aliado político de Arthur Lira.

A gestão da CBTU em Maceió tem um orçamento de pouco mais de R$ 160 milhões e já abriga outros nomes próximos ao ex-presidente da Câmara dos Deputados. André Marcelino Viana Silva, que atuou com Lira em Brasília, ocupa o cargo de coordenador operacional de Planejamento. Orleanes Lira, prima do deputado, é gerente de finanças da unidade.

Além da superintendência, membros da família Cavalcante, ligados ao grupo de Lira, também possuem cargos de destaque. A esposa de Luciano Cavalcante, Glaucia Maria, é gerente de Planejamento e Engenharia, com salário superior a R$ 13 mil. Carlos Jorge, o ex-superintendente, recebia R$ 19,4 mil.

O diretor-presidente da companhia, José Marques de Lima, ocupa o cargo desde 2016, com apoio de Arthur Lira. Ele recebe salário de R$ 25,7 mil e permaneceu no posto durante três diferentes governos federais.

Hoje, União Brasil e Progressistas somam mais de 140 cargos na máquina federal. São 97 ligados ao União e 43 ao Progressistas. Muitos deles estão em órgãos com grande orçamento, como DNOCS, sob comando do PP, e Sudene, com diretores do União.

A saída dos dois partidos abre espaço para disputa por cargos na Esplanada. PSD e PDT já demonstraram interesse em ocupar parte dessas posições. Lula, no entanto, afirmou a aliados que não deve abrir espaço a quem pretende concorrer em 2026, já que precisará deixar o governo em abril.

Em Alagoas, a permanência de indicados de Arthur Lira amplia a tensão política com Renan Calheiros, que já dominou a maioria dos cargos federais no estado. Para o Planalto, Lira ainda é visto como possível aliado pela força que tem nas articulações do Congresso.


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