fora da corrida
Arthur Lira busca sobrevivência política em disputa pelo Senado
Ex-presidente da Câmara aparece em quarto lugar nas pesquisas
Com a proximidade das eleições de 2026, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) se vê diante de um tabuleiro político cada vez mais desfavorável em Alagoas. Articulações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT no estado vêm fortalecendo adversários históricos do deputado, especialmente o MDB, que busca ocupar as duas vagas em disputa no Senado.
Pesquisas locais apontam Renan Calheiros (MDB) na liderança, seguido por Davi Davino (Republicanos) e Alfredo Gaspar (União-AL). Lira aparece apenas em quarto lugar, atrás de nomes que contam com apoio de bases sólidas e, em alguns casos, de segmentos do bolsonarismo, que também tentam garantir espaço na corrida.
Lira tenta costurar uma posição de neutralidade entre Planalto e oposição, buscando apoio tanto do governo quanto do bolsonarismo para não ver sua candidatura inviabilizada. No entanto, a ausência de sinais do PT em relação a seu nome e a força das candidaturas do MDB aumentam a incerteza sobre sua viabilidade eleitoral.
O parlamentar, relator do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, tem mantido interlocução com o governo em pautas econômicas, mas também se alinhou ao campo bolsonarista na defesa da PEC da Blindagem, engavetada no Senado. Esse duplo movimento reforça sua tentativa de não ser excluído de nenhuma frente, ainda que exponha sua fragilidade política no estado.
Diante das especulações de que poderia tentar a reeleição como deputado federal e, mais adiante, articular um retorno à presidência da Câmara, Lira nega essa possibilidade. “Sou pré-candidato ao Senado. Davi Davino e Alfredo são aliados, mas não há espaço para que todos concorram ao mesmo tempo”, afirmou.
Ainda assim, aliados reconhecem que a falta de espaço em uma chapa competitiva pode obrigá-lo a rever planos. O próprio Lira admitiu que eventuais mudanças no cenário nacional, como a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência, podem alterar alianças locais e impactar a relação entre MDB e PT em Alagoas.
Com mais de um ano para o pleito, ele aposta em rearranjos nas alianças nacionais para se fortalecer. Até lá, seu projeto ao Senado segue em compasso de espera, marcado pela incerteza sobre até onde conseguirá avançar num cenário cada vez mais hostil. (Com O Globo)