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Filho conduz tratativas sobre terreno bilionário em disputa com o Exército

Área da antiga rodoferroviária de Brasília pode financiar novos projetos ferroviários
Por Redação 20/10/2025 - 08:14
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Luiz Siqueira/Ministério dos Transportes
O ministro dos Tranpostes, Renan Filho
O ministro dos Tranpostes, Renan Filho

O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), está à frente das tratativas que envolvem a retomada de um terreno avaliado em cerca de R$ 40 bilhões, localizado na área da antiga rodoferroviária de Brasília e atualmente sob posse do Exército Brasileiro. O espaço, com mais de 4,2 milhões de metros quadrados, é considerado um dos mais valiosos do Distrito Federal.

De acordo com informações publicadas pela Folha de S.Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu aval político para que o Ministério dos Transportes reassuma o controle do terreno, após reunião recente com Renan Filho e a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck. A decisão abre caminho para que o governo federal anule a cessão feita em 2021 e redirecione o uso da área.

A proposta do Ministério dos Transportes é conceder o terreno à iniciativa privada em um modelo que combine exploração imobiliária e investimento em infraestrutura ferroviária. O projeto inicial prevê o VLT Brasília–Luziânia (GO), de 62 quilômetros, além de outras cinco rotas de passageiros em diferentes estados, com editais previstos para 2026.

Em ofício encaminhado ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, Renan Filho formalizou o pedido para que o Exército devolva a área à União, argumentando que o imóvel tem destinação ferroviária original e pertence ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

O Exército, por sua vez, sustenta que o terreno foi entregue à Força em 2006, com base em um termo firmado com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), e que o espaço integra seu planejamento estratégico para a construção de um hospital militar em Brasília e da nova Escola de Sargentos em Recife (PE).

O caso está sendo analisado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que conduzem o processo de revisão da cessão e reintegração de posse. Enquanto o impasse não é resolvido, o governo federal proibiu qualquer intervenção física na área.

A medida é vista como parte da estratégia de Renan Filho para retomar o investimento em transporte ferroviário de passageiros, setor que há décadas não recebe aportes significativos no país. O ministro, no entanto, ainda não se manifestou publicamente sobre o tema.


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