no Senado
Otto e Calheiros repetem aliança para frear avanço do PL da Dosimetria
Senadores articulam para impedir votação acelerada e reforçam protagonismo da CCJ
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) voltaram a atuar em sintonia para barrar a tramitação acelerada do Projeto de Lei da Dosimetria, repetindo a estratégia que utilizaram com sucesso contra a PEC da Blindagem. A movimentação conjunta foi destacada pela âncora da CNN Brasil Tainá Falcão.
Durante sessão nesta terça-feira, 10, Otto Alencar anunciou o senador Esperidião Amin (PP-SC) como relator da proposta e criticou a tentativa de levar o texto diretamente ao plenário, sem análise prévia da comissão. “O Senado não pode ser um cartório da Câmara Federal”, afirmou, reforçando o compromisso assumido ao comandar a CCJ e defendendo que matérias sensíveis passem pelo crivo técnico da comissão.
Renan Calheiros somou-se ao posicionamento de Alencar e condenou a pressa na votação. Segundo ele, o texto original já contempla a redução da pena de um ex-presidente condenado por tentar dar um golpe de Estado, o que exigiria ainda mais cautela por parte do Senado. “O Senado não pode aceitar passivamente que isso tramite aqui no mesmo dia”, disse.
A articulação dos dois senadores remete ao movimento que sepultou a PEC da Blindagem na CCJ. Naquela ocasião, ambos atuaram desde o início para impedir que a proposta ganhasse ritmo após passar pela Câmara, consolidando uma aliança que vem se repetindo em temas sensíveis ao equilíbrio institucional. A pressão produziu efeitos imediatos. Em vez de seguir diretamente ao plenário, o PL da Dosimetria foi encaminhado para análise aprofundada na CCJ, contrariando articulação inicial que buscava acelerar sua votação.



