Humans Right Watch: autoridades dos EUA abusaram de migrantes em 3 centros operados pelo ICE

A polícia dos EUA repetidamente "degradou e desumanizou" migrantes detidos em três instituições operadas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), afirmou a Humans Right Watch (HRW) em um novo relatório divulgado nesta segunda-feira (21).

"Detentos em três instalações da Flórida relataram à Human Rights Watch que agentes de detenção do ICE e guardas contratados por particulares os trataram de forma degradante e desumanizante", afirma o relatório.

Os detentos sofreram diversos tipos de abusos, segundo o relatório. Entre eles, foram acorrentados por longos períodos em ônibus sem comida, água ou mesmo banheiros funcionando. Os indivíduos também foram confinados em celas congelantes, onde foram obrigados a dormir em pisos frios de concreto, sob iluminação fluorescente ininterrupta, acrescentou.

De acordo com uma detenta, ela e várias outras mulheres foram colocadas em uma cela normalmente usada para procedimentos de admissão em regime fechado. A mulher lembrou que havia apenas um banheiro coberto de fezes e que os policiais não os deixaram o limpar. Outro incidente envolveu um homem comendo com as mãos algemadas atrás das costas.

"Tivemos que nos curvar e comer das cadeiras com a boca, como cães", disse o relatório, citando outro detento.

A HRW exorta o ICE, seus contratados e os governos locais a recorrerem à detenção de imigrantes apenas como última opção, segundo o relatório. Além disso, as autoridades mencionadas devem pôr fim ao confinamento solitário e garantir assistência médica oportuna àqueles que dela necessitem. Os policiais devem receber treinamento em direitos humanos e atendimento especializado em traumas, acrescentou.

No dia de sua posse como 47º presidente, o presidente Donald Trump prometeu interromper imediatamente a imigração ilegal e iniciar deportações em massa. Segundo a Casa Branca, nos seis meses da presidência de Trump, as autoridades prenderam mais de 100.000 imigrantes ilegais, além de revogar as autorizações de residência temporária de outros 500.000 estrangeiros.

Por Sputinik Brasil