Detenção de trabalhadores sul-coreanos pode afetar investimentos de Seul nos EUA, diz presidente

A situação envolvendo a detenção e posterior saída de trabalhadores da Hyundai dos Estados Unidos pode ter um sério impacto nos futuros investimentos diretos no país, já que as atuais regras de visto representam dificuldades para empresas sul-coreanas, afirmou o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung.
"Se me perguntarem se isso afetará a cooperação entre Coreia e EUA, ainda não analisamos a questão tão profundamente. No entanto, nossas empresas que entraram no mercado norte-americano se encontram em uma situação bastante constrangedora", declarou Lee Jae-myung.
O presidente explicou que, para construir e iniciar operações industriais nos EUA, as empresas sul-coreanas precisam de engenheiros que instalem os equipamentos. Esses profissionais não necessitam de visto de longo prazo ou de emprego fixo, mas sim de estadias temporárias.
Segundo o presidente, como não há especialistas desse tipo disponíveis nos EUA, Seul solicitou que fosse permitido o ingresso temporário de seus trabalhadores.
"Mas se isso não for possível, as empresas começarão a se questionar: vale a pena construir fábricas nos EUA se isso só traz dificuldades e sanções? Isso pode ter um impacto muito sério sobre os futuros investimentos diretos no país", afirmou.
Lee Jae-myung acrescentou que o governo sul-coreano está em negociação com os Estados Unidos para permitir a concessão de vistos específicos para esses profissionais, incluindo a possibilidade de criar uma nova categoria do documento.
"Acredito que, se os EUA tiverem uma necessidade prática, essa questão será resolvida", disse, ressaltando que, no cenário atual, os investimentos diretos das empresas sul-coreanas nos EUA estariam cercados de dificuldades.
Anteriormente, a Procuradoria dos EUA para o Distrito Sul da Geórgia informou que, durante uma operação em uma obra da fábrica de baterias da Hyundai no estado, foram detidas pelo menos 475 pessoas. Destas, cerca de 300 seriam cidadãos sul-coreanos.
Lee Jae-myung confirmou que um voo fretado com 316 cidadãos sul-coreanos e 14 estrangeiros partiria dos EUA nesta quinta-feira (11) para repatriar os trabalhadores detidos. Apenas um sul-coreano optou por permanecer nos Estados Unidos.
O presidente destacou ainda que, inicialmente, os trabalhadores seriam transportados de ônibus até o avião algemados, mas o governo sul-coreano negociou para que a transferência fosse feita em liberdade, com saída voluntária e sem sanções futuras para entrada nos EUA — acordo alcançado graças a uma orientação direta da Casa Branca.
Por Sputinik Brasil