ECONOMIA
Risco atinge Maceió Previdência após BC rejeitar operação com o Master
Entidade avaliou que a operação poderia transferir ativos problemáticos do Master ao BRB
O Banco Central reprovou a operação de compra de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília, deixando a Maceió Previdência e outros fundos de pensão e ao menos um banco estatal expostos ao risco de não pagamento das letras financeiras do Master. Ao menos 13 instituições aplicaram nesses papéis sem garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O Banco de Brasília carregaria R$ 2,96 bilhões em letras financeiras do Master. Com a negativa do BC, caso o Master enfrente problemas de solvência, os investidores desses títulos podem não receber o valor investido. O Master não se manifestou sobre o tema.
O BC avaliou que a operação poderia transferir ativos problemáticos do Master ao BRB, com valor de mercado inferior ao registrado em balanço, criando riscos adicionais para o banco público. Essa análise mais ampla motivou a reprovação da negociação.
Levantamento do Estadão/Broadcast aponta que 12 fundos de pensão e o Banco da Amazônia possuem R$ 1,81 bilhão em letras financeiras do Master. Há ainda outros R$ 1,14 bilhão aplicados por diferentes investidores, sem garantia de pagamento.
Entre os fundos, a Rioprevidência tem R$ 970 milhões investidos, representando cerca de 8% do patrimônio da entidade. O Amapá Previdência (Amprev) aplicou R$ 400 milhões e, neste ano, comprou ainda R$ 250 milhões em títulos do BRB, prática proibida para fundos públicos.
O fundo de pensão Maceió Previdência, dos servidores da capital alagoana, adquiriu R$ 100 milhões em letras do Master. Procuradas, as instituições não responderam aos pedidos de esclarecimento da reportagem.