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Justiça atrasada

Por 13/07/2017 - 12:52

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João Beltrão durante discurso - Foto: Divulgação
João Beltrão durante discurso - Foto: Divulgação

Rui Barbosa já alertava em 1921: “Justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta”.

Quase um século depois, a Justiça em Alagoas ainda caminha lenta, quase parando.

 Dependendo do poder de fogo do criminoso, o processo é condenado a dormir nas gavetas do sistema judiciário até prescrever o crime, depois de 20 anos. 

É o que por pouco não ocorreu com o processo em que o deputado João Beltrão é acusado de mandar assassinar o bancário Dimas Holanda. 

Depois de uma chicana jurídica com recursos protelatórios, o crime prescreveria em abril último e o processo só não foi parar no arquivo graças ao trabalho do MP; na undécima hora o TJ aceitou a denúncia contra o deputado.  

Já o processo que apura o assassinato do policial Rodoviário Federal Marcos Antônio Leite Magalhães, ocorrido em outubro de 1997 durante uma vaquejada no bairro da Serraria, está a caminho da impunidade.  

O matador de nome Natalício Júnior Mendes dos Santos, conhecido pelo vulgo de Junior Tenório, ganhou a benevolência do juiz e escapou por “falta de provas”. 

Acusado de ser mandante, o deputado Chico Tenório ainda responde ao processo, mas em outubro próximo deve ganhar a impunidade pela prescrição do crime.  

E viva a República das Alagoas, que em setembro completa 200 anos de Independência. 

Após dois séculos de atraso e impunidade, conclui-se que a única saída é devolver Alagoas ao estado de Pernambuco, com pedido de desculpa pelo mau uso do território.


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