Conteúdo Opinativo

17 de julho de 1997

Por 17/07/2017 - 11:56

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Foto: Sindibancarios-AL
Foto: Sindibancarios-AL

Há 20 anos uma greve de servidores estaduais por pouco não acabou em derramamento de sangue em praça pública.

Enquanto os funcionários – com 6 meses de salários atrasados – tomavam as ruas no entorno da Assembleia Legislativa, os deputados se reuniam para votar o impeachment do governador Divaldo Suruagy.

Antes mesmo de os deputados votarem o impeachment, o governador enviou uma carta ao presidente da Assembleia prometendo renunciar ao cargo e passar o governo ao vice Manoel Gomes de Barros, que concluiu o mandato.

O movimento, que pôs fim ao terceiro mandato de  Suruagy, resultou de uma série de erros e desacertos de seguidas administrações  estaduais, incluindo do próprio Suruagy, que adotou o clientelismo político como prática de governo.

Nos dois primeiros mandatos, Suruagy governou com apoio dos militares e sempre de cofres cheios, mas ao invés de implantar uma política desenvolvimentista e tirar Alagoas da dependência da cana-de-açúcar, optou pelo empreguismo e pelo compadrio.

A renúncia de Suruagy pôs fim à greve geral dos servidores públicos e abriu caminho para um novo ciclo político em Alagoas, com a chegada de Ronaldo Lessa ao poder, representando as esquerdas.

Os 20 anos do quase impeachment do segundo governador do Estado (o primeiro foi Muniz Falcão em 1957) coincidem com os 200 anos da independência política de Alagoas.

Dois séculos depois, o Estado pouco ou quase nada tem a comemorar. Com um terço de sua população vivendo entre a pobreza e a miséria, Alagoas pouco avançou na geração de riqueza e inclusão social.

Com uma das maiores concentrações de renda do país, Alagoas até hoje não resolveu os graves problemas herdados do Brasil Colônia. 


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