Elle, de novo
Ao anunciar sua pré-candidatura a presidente da República pelo nanico PTC, o senador Fernando Collor voltou a mexer com o sentimento dos brasileiros - de amor ou de ódio - que caracteriza a relação do país com o ex-presidente.
Os que não gostam de Collor têm fortes argumentos para acusá-lo de improbidade administrativa, mesmo tendo sido absolvido no STF de todos os crimes que deram sustentação ao processo de impeachment.
O próprio Collor confessou, reiteradas vezes, que seu maior erro foi congelar os depósitos bancários, fato que atingiu em cheio a classe média e entrou para a história como “confisco da poupança”.
A meta era domar uma inflação de 1764,8% que devorava a renda dos brasileiros, mas algo deu errado e o tiro saiu pela culatra. Collor foi derrubado e o “confisco” ficou gravado na memória da nação como marca do Governo Collor.
O fiasco de seu plano econômico foi suficiente para a deflagração do movimento “Fora, Collor”, patrocinado pelas velhas oligarquias partidárias que nunca aceitaram um “estranho no ninho”, que chegou ao poder sem o apoio de nenhum cacique.
Da mesma forma, os defensores de Collor enxergam mais resultados positivos que negativos. E destacam a agenda neoliberal do Plano Collor, que legou ao Brasil uma nova visão de governo em relação ao papel do Estado na economia.
Outras medidas pontuais listadas por seus defensores são a abertura do mercado às exportações e a extinção de vários órgãos de governo como IAA, IBC, DNOCS, Sudene e outros cabides de empregos.
Mais de um quarto de século depois, Collor volta ao centro do debate disposto a reconquistar o Planalto com a promessa de concluir seu plano de tirar o Brasil do atraso e da mesmice.
Quem viver, verá.