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Terra de índio

Por 29/03/2018 - 10:59

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Foto: Divulgação
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O deputado federal Maurício Quintella Lessa se despediu do cargo de ministro dos Transportes com a inauguração da tão esperada duplicação da rodovia BR-101 trecho Maceió-Recife. Após 20 anos de longa espera, é realmente um fato importante para a economia nordestina. 

Lamentavelmente, a obra ainda não foi concluída, faltando duplicar os 10 quilômetros que cortam a reserva indígena Wassu-Cocal, entre os municípios de Joaquim Gomes e Novo Lino, que pode levar outros 20 anos. 

 Assim como outras reservas indígenas de Alagoas, a Wassu-Cocal revela o tamanho da vergonhosa burocracia dos órgãos envolvidos na questão. Mais que isto: virou símbolo da impotência e da omissão do Estado diante de abusos e exigências descabidas de 2 mil índios que sequer são tutelados.

Desde que foi declarada reserva indígena, em 1986, a área tem sido foco de tensões ao longo dos últimos anos. Sem muita propensão para o trabalho, os “novos índios” – que sempre viveram na cidade – usam a falsa tutela para desafiar as autoridades com o constante fechamento da rodovia, cobrança de “pedágio” e exigências absurdas. 

A baderna se institucionalizou depois do projeto da duplicação da BR-101, que cruza a reserva. Incentivados por ativistas dos mais variados matizes, esses índios-descendentes agora exigem ampliação da reserva dos atuais 2.750 hectares para 11 mil hectares, construção de um posto da Polícia Militar e outro da Polícia Rodoviária Federal, além de um pedágio para garantir o sustento da tribo. 

Apesar de tudo, não se pode dizer que a festa de des - pedida do ministro foi só um programa de índio. 


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