Venda da Braskem ignora bilionária dívida social e ambiental em Maceió

A Petrobras e a Odebrecht irão vender a totalidade de suas ações na Braskem em bolsas de valores. Com isso, a petroquímica passará a ser uma corporação, sem controle definido; companhia sem dono.
A petrolífera estatal é dona de 38,3% do capital da Braskem e a Odebrecht – que agora se chama Novonor – detém 36,4% do capital da mineradora.
A imprensa e as agências de avaliação de risco têm destacado a decisão como positiva para o mercado, e mais ainda para os dois maiores acionistas da Braskem – Petrobras e Novonor – que injetarão alguns bilhões de dólares em seus caixas com a venda do con[1]trole acionário da petroquímica.
Até agora, no entanto, nada se falou sobre a bilionária dívida social e ambiental produzida pela mineração de sal-gema em Maceió durante 40 anos de atividades da Braskem no estado. Um passivo tão grande que dificilmente será quitado.
Apesar de ser destaque em vários jornais e sites nacionais, a venda da Braskem não mereceu qualquer análise em Alagoas. Nenhum órgão público e nem os “defensores” das milhares de vítimas do afundamento de parte da cidade se escalou para condenar ou defender a questão. Nenhuma palavra se ouviu até agora.
Onde estão Ministério Público Federal, Justiça Federal, Procuradoria de Justiça de Alagoas e Defensoria Pública Federal e Estadual? Afinal são eles os avalistas do acordo com a Braskem para indenização das vítimas, ainda não concluído.
Nem o poder público ou qualquer liderança se manifestou até agora, mesmo que fosse para tranquilizar centenas de comerciantes e milhares de famílias enxotadas de suas casas e que perderam a paz e a razão e viver. O silêncio dos políticos – nada inocentes – certamente será cobrado nas urnas eleitorais e o das autoridades nos tribunais da justiça.
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