JOGO DO PODER
Renan e Lira avançam sobre cidades e evitam 3º nome na disputa ao Senado
Lideranças evitam brigas públicas e circulam entre prefeitos
Rivais e com os mesmos interesses, o senador Renan Calheiros (MDB) e o deputado federal Arthur Lira (PP) estabeleceram uma série de acordos na disputa eleitoral do próximo ano, para evitar o surgimento de um terceiro nome ao Senado com capacidade de levar um dos dois à derrota nas urnas.
O acordo passa pelos prefeitos, circula pela Associação dos Municípios (AMA) e chega aos municípios. Mas também envolve posições públicas. Ao se solidarizar com o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), sob risco de cassação, Calheiros não citou diretamente Arthur Lira que, por sua vez, gira entre prefeitos calheiristas sem ser importunado pelo ex-presidente do Senado.
O entendimento entre os dois define as posições do prefeito de Maceió, JHC (PL), e do ministro dos Transportes, Renan Filho: vão para o enfrentamento ao governo. Jota é empurrado pelos vereadores da capital; Renan Filho não quer entregar o comando do Palácio República dos Palmares a um opositor.
Mas também entre os dois, ao menos por enquanto, o clima é de tranquilidade e permitiu até homenagens, semanas atrás, aos Caldas, na entrega da BR-416, quando Renan elogiou o patriarca João Caldas pela iniciativa de pavimentação da Serra da Catita, em Ibateguara, reduto do caldismo.
Homenagens que se estenderam ao vice-prefeito Rodrigo Cunha (Podemos), ainda que discretas. O governador Paulo Dantas (MDB) entregou o prêmio Selma Britto a Cunha, enquanto tramita a passos de tartaruga a ação que pede a cassação de Dantas, movida por Cunha, por distribuição de cestas básicas em data proibida pela legislação eleitoral. O processo começou a ser julgado em 6 de agosto de 2024. E segue sem data para conclusão.
Rodrigo Cunha renunciou ao Senado, o que também implicou desistir de disputar esta vaga no próximo ano. A decisão aliviou Calheiros e Lira: três candidatos competitivos para duas vagas tornaria a eleição mais cara e ainda geraria riscos para dois profissionais no ramo, no caso o senador e o ex-presidente da Câmara.