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Lira dá a senha para se manter no comando do orçamento secreto

Por 13/11/2022 - 06:15

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Ricardo Stuckert/Divulgação/Lula
Arthur Lira e Lula, em encontro institucional
Arthur Lira e Lula, em encontro institucional

De Fernando Collor a Jair a Bolsonaro, passando por dois governos de Fernando Henrique e três do PT, a busca pela tal “governabilidade” sempre foi a senha para o Congresso achacar o Presidente de plantão, dividir o poder e sequestrar o orçamento nacional. 

O presidente Fernando Collor reagiu à chantagem dos parlamentares, se recusou a fatiar o governo e foi apeado do poder no primeiro impeachment da história do país. Traído até por aliados conterrâneos, o ex-presidente se diz vítima de “golpe parlamentar”.

Acusado de corrupção na venda de estatais, Fernando Henrique escapou do impeachment graças a um racha na oposição liderada por Luiz Inácio da Silva. Superou a turbulência do 2º mandato e convenceu o Congresso a aprovar o instituto da reeleição, estendida a governadores e prefeitos, o que muitos consideram uma desgraça para o Brasil. Desde então a reeleição virou fonte da corrupção nacional em todas as esferas de poder.

Primeiro operário a chegar ao poder, Lula da Silva não escapou da maldição da “governabilidade” imposta pela Câmara dos Deputados. Para governar criou o “Mensalão” e o “Petrolão”, escândalos que culminaram com a deposição da presidente Dilma Rousseff e a prisão do próprio Lula. 

Jair Bolsonaro se elegeu prometendo extirpar a corrupção e governar sem o Centrão. Não só foi obrigado a dividir o poder como entregou o Orçamento da União à gastança sem freios dos novos aliados, comandados por Arthur Lira. 

De volta ao Planalto, o ex-presidente terá que conviver com outros “300 picaretas” do Congresso que só defendem os próprios interesses. Esse grupo de parasitas dos cofres públicos foi identificado pelo próprio Lula em 1993. 

E de novo a “governabilidade” volta ao debate político nacional sob o comando do agora neopetista Arthur Lira, presidente da Câmara Federal. A dúvida é saber se Lula vai escapar da chantagem ou dividir o poder com os novos ”300 picaretas” do Parlamento.


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