José Wanderley Neto sanciona lei que mexe na estrutura do Alagoas Previdência

Coube ao governador em exercício, José Wanderley Neto, a desagradável missão de sancionar a Lei 8.759/22 que mexeu na estrutura do Alagoas Previdência e deixou indignados os 70 mil servidores estaduais ativos e inativos. A nova lei permite ao governo dar um beiço de R$ 450 milhões no fundo dos aposentados.
Aprovada a toque de caixa pelos deputados sem qualquer discussão, a nova lei desagradou a gregos e troianos e foi recebida pelos sindicatos de servidores como um golpe contra o Alagoas Previdência, com o nome de Fundo Garantidor. Para gerir esse fundo foi criado um “comitê gestor” usurpando poderes do Conselho Deliberativo, órgão máximo da previdência alagoana.
A criação de um novo fundo na estrutura do Alagoas Previdência atropela a Lei 7. 751/2015, que instituiu o Fundo Previdenciário, permite ao governo socorrer o caixa do Estado com recursos dos servidores e compromete as futuras aposentadorias.
Do envio do projeto de lei ao Legislativo, sua aprovação pelos deputados e sanção da nova lei, tudo aconteceu na calada da noite e em plena festa coletiva da Copa do Mundo. Com Paulo Dantas na Inglaterra coube ao vice-governador sancionar o indigesto pacote anti-servidor.
Coincidência ou ato premeditado? Quem conhece o Dr. Wanderley não tem dúvida em afirmar que o vice entrou num rabo de foguete rumo ao desconhecido.
O sistema previdenciário de Alagoas é deficitário desde sua criação, seja por má gestão de sucessivos governos ou falta de compromisso com o futuro dos servidores estaduais. O desleixo continua até os dias atuais e caminha para o estrangulamento do Alagoas Previdência.