Humberto Martins se apega a filigranas jurídicas para anular processo contra taturanas
O ministro Humberto Martins, do STJ, quebrou o juramento de não julgar processos de Alagoas para se manter o mais isento possível como magistrado. Além de manchar sua reputação, Martins afrontou os alagoanos ao enterrar a Operação Taturana e garantir a impunidade para todos os envolvidos na maior roubalheira já ocorrida na história da Assembleia Legislativa do Estado.
Na condição de relator de recurso especial em favor de Arthur Lira e de outros deputados e ex-deputados condenados por improbidade, o ministro Martins apegou-se a filigranas jurídicas para anular todo o processo que levou para a cadeia vários figurões da política alagoana, por corrupção.
A Operação Taturana foi para Alagoas o que a Lava Lato representou para o Brasil, a crença de que todos são iguais perante a lei. Mas o ministro Martins provou que uns são mais iguais que outros, aqui ou em Brasília. E assim como a Lava Jato, a Operação Taturana está sendo sepultada, sinalizando que vale a pena roubar.
Ao mandar o processo para as calendas, Humberto Martins afronta também várias instituições e dezenas de autoridades que durante anos atuaram na Operação Taturana, entre policiais federais, procuradores de Justiça, promotores e magistrados. Sem falar na montanha de dinheiro público jogada no lixo.
Ao menos para reflexão dos tempos atuais vale a pena lembrar a célebre frase de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.