Levantamento de prejuízos deve ser concluído na próxima semana
Até agora, não se conhece o valor exato dos prejuízos causados pela Braskem com a exploração de sal-gema nos quase 40 anos de atuação em Alagoas. O passivo é bilionário e envolve danos ambientais, expulsão de milhares de famílias de vários bairros atingidos, falência de dezenas de empresas, com sérias consequências sociais e econômicas para o Estado.
Além das indenizações pagas às vítimas da tragédia, a mineradora fechou acordo de R$ 1,7 bilhão com a Prefeitura de Maceió para realização de obras públicas nos bairros atingidos e reparações ambientais, somando tudo cerca de R$ 7 bilhões. Mas, segundo técnicos da área, esses valores estão muito aquém do passivo devido pela Braskem, que garantem passar de R$ 15 bilhões.
O levantamento desses prejuízos está sendo feito por um grupo de técnicos, especialistas em diversas áreas, e deverá ser concluído na próxima semana. O trabalho servirá de base para as negociações entre o Governo do Estado e a Braskem, antes da instalação da CPI do Senado proposta pelo senador Renan Calheiros.
A própria Braskem tem pressa em resolver o impasse para poder vender suas ações e salvar da falência a Odebrecht, que agora se chama Novonor; é acionista majoritária da mineradora e está em recuperação judicial.
Outro grande interessado na questão é o Governo Federal, por ter a Petrobras como segunda maior acionista da Braskem e, portanto, co-responsável pela tragédia ambiental em Alagoas. A pretensão de Lula é que a Petrobrás compre as ações da Braskem, não só para fortalecer a petroleira, mas também salvar a empresa do amigo Emílio Odebrecht.