Vingança de Lula
O deputado Arthur Lira enfrenta o maior desafio de seu reinado no comando da Câmara Federal, que é manter o esquema das famigeradas emendas fantasmas como fonte de poder que financia o sistema de corrupção dos currais eleitorais e garante sucessivas reeleições de seus beneficiários.
Sob as ordens do chefe Lula, o ministro Flávio Dino, do STF, fechou a porta de saída das emendas Pix tidas como maior sumidouro de dinheiro público. A decisão vale até que o Congresso crie mecanismos de transparência da origem, destinação e rastreamento dos bilhões de reais sugados do erário.
A decisão do ministro, avalizada pelo Pleno do Supremo, não acaba com a farra das emendas parlamentares. Apenas exige transparência na aplicação desses recursos extorquidos do orçamento nacional por políticos carreiristas que se apoderam dos cofres públicos para se perpetuar no poder.
Como é de conhecimento público, transparência nunca foi o forte do deputado Arthur Lira. Ele abomina essa exigência constitucional por dificultar o poder de barganha e reduzir o espaço para corrupção e enriquecimento ilícito. Sem os bilhões de reais à disposição, Lira terá dificuldade de fazer o sucessor no comando da Câmara dos Deputados, perde poder e põe em risco seu projeto político de se eleger senador.
Enquanto isso, Renan baixa as armas, põe o boi na sombra e aposta na derrota de Arthur Lira no embate com o Supremo. Na condição de principal adversário de Lira na disputa de poder em Alagoas, o senador torce para que o presidente da Câmara seja nocauteado na luta contra o STF. Afinal, tudo que Renan não quer é um adversário forte na disputa ao Senado em 2026.