Fundo dos desamparados

Famílias vítimas do crime socioambiental da Braskem, em Maceió, continuam sem nenhum benefício proporcionado pelo Fundo de Amparo aos Moradores (FAM), que foi criado em julho do ano passado pelo prefeito JHC após adesão ao famigerado acordo de reparação ambiental celebrado entre a Prefeitura de Maceió e a Braskem, com anuência do Ministério Público Federal.

O FAM, anunciado pela prefeitura como uma “estratégia de recomeço” para a cidade e para a vida dos 60 mil moradores afetados diretamente pelo afundamento do solo nos bairros da capital, não decolou. Continua planejado em papel e guardado em alguma gaveta de móvel público de onde nunca saiu para nenhuma ação prática. Sua missão era sistematizar as ações dos órgãos da Administração Pública Municipal, voltadas ao “amparo” das famílias e empresas prejudicadas pelo crime da Braskem. Tudo falácia!

Assessores do prefeito JHC não conseguiram responder ao EXTRA quais ações do FAM estão planejadas ou foram realizadas em prol das vítimas da Braskem. Afirmaram que essas ações e benefícios estão sendo construídos, mas não apontaram uma única para exemplificar. Uma vergonha!

Mas, tem gente que ainda acredita que o FAM terá algum papel importante para as famílias vítimas da Braskem. Em seu programa de governo como candidato à reeleição, a única proposta que JHC descreve em relação à tragédia da mineradora na cidade é de....dar continuidade ao FAM.

Nem mesmo a decisão judicial que obrigava a Prefeitura de Maceió a repassar R$ 25 milhões do acordo com a Braskem ao FAM vingou. Foi derrubada pelo desembargador Fábio Ferrário, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) no mês de julho deste ano porque “não tinha razão de ser”. Teria sido uma “premonição” do desembargador?