O vice de Renan

Para os caciques do MDB, tão importante quanto a indicação de Renan Filho ao Governo de Alagoas é a escolha de seu vice, cujo nome sairá, necessariamente, do grupo de Marcelo Victor, assim como o próprio Renan. Faz parte do acordo com os Calheiros e marca a fase de transição do comando político entre os dois grupos que mandam no estado. 

 Com a chance real de vitória de Renan Filho para governador, muitos serão os pretendentes a vice- -governador, mas dificilmente será escolhido alguém de fora da Assembleia Legislativa ou sem o aval do presidente Marcelo Victor. Haverá ainda disputa idêntica para suplente do senador Renan Calheiros, também com chances reais de reeleição. 

No pleito de 2022 ficou acertado que o clã de Murici governará até 2030; a partir daí o deputado Marcelo Victor assumirá o comando político do estado. Para evitar algum evento fora da curva, é imprescindível que o candidato a governador e seu vice sejam da confiança do grupo que comanda a Assembléia Legislativa. 

A precaução de Paulo Dantas e Marcelo Victor é para não repetir o impasse vivido hoje com o atual vice, Ronaldo Lessa, que não goza da confiança do MDB e tem potencial para atrapalhar o processo sucessório estadual. Da decisão de Lessa depende o futuro político de Dantas, que pretende concorrer às eleições no próximo ano. 

Apesar de reafirmar que governará até o último dia, ficar sem mandato a partir de 2027 é tudo o que Paulo Dantas não deseja. A alternativa viável para ambos é negociar a renúncia de Lessa, que também tem interesse em um mandato eletivo, de preferência para deputado estadual. Com a renúncia dos dois, a Assembleia escolherá um governador-tampão para concluir o mandato.