BRASÍLIA

Acordo com Renan tentou adiar votação da dosimetria para 2026

Entendimento envolveu senadores do MDB e foi relatado pelo presidente da CCJ, Otto Alencar
Por Redação 19/12/2025 - 09:41
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Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Renan Calheiros em plenário
O senador Renan Calheiros em plenário

Um acordo entre membros da Comissão de Constituição e Justiça buscou adiar a votação do PL da Dosimetria para 2026, mas a proposta acabou apreciada e aprovada no Senado. O entendimento envolveu senadores do MDB e foi relatado pelo presidente da CCJ, Otto Alencar, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira, 19, pelo Estadão.

Segundo Alencar, havia combinação para apresentação de pedido de vista que prorrogaria a análise do projeto por cinco dias, transferindo a decisão para o próximo ano. O acordo teria sido discutido com Renan Calheiros, Eduardo Braga e Alessandro Vieira.

Parlamentares ligados ao bolsonarismo defenderam a votação imediata. Flávio Bolsonaro manifestou, em encontros reservados, interesse na liberação de condenados pelos atos de 8 de Janeiro ainda antes do fim do ano.

A mudança de posição ocorreu durante a sessão, quando Jaques Wagner sugeriu que a votação fosse realizada no mesmo dia. A articulação contou com participação de Rogério Marinho e gerou reação de Renan Calheiros, que relatou o episódio durante a reunião da CCJ.

"Fracassados os meios anteriores, ensaiaram nova conspiração. Aqui dentro do Congresso Nacional, como em 1964, um novo golpe parlamentar pretendendo anistiar novamente”, declarou.

Alencar afirmou que o governo buscava viabilizar a votação de um projeto econômico que amplia a arrecadação federal em 2026. O senador relatou que a negociação previa não haver obstrução entre os dois projetos em análise no Senado.

O PL da Dosimetria foi aprovado na CCJ por 17 votos a 7 e, posteriormente, no plenário, por 48 a 25. Após a repercussão, lideranças do governo negaram acordo sobre o conteúdo do texto e indicaram que o presidente vetará a proposta.

Em entrevista coletiva na quinta-feira, 18, o presidente Lula declarou que não foi informado sobre negociação e reafirmou que vetará o projeto caso ele chegue à Presidência. O governo atribuiu a condução da articulação ao líder no Senado.


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