Conteúdo do impresso Edição 1275

EFEITO BRASKEM

Batalhões da PM apresentam rachaduras em área onde solo afunda

Risco assusta policiais no Farol; próximo dali, Portugal Ramalho tem projeto e futura área
Por ODILON RIOS 21/07/2024 - 06:00

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Batalhão Escolar no bairro Estrutura do Farol tem rachaduras preocupantes; negociações para a transferência do Portugal Ramalho avançam; 4º BPM também enfrenta problemas na estrutura.
Batalhão Escolar no bairro Estrutura do Farol tem rachaduras preocupantes; negociações para a transferência do Portugal Ramalho avançam; 4º BPM também enfrenta problemas na estrutura.

As negociações para a transferência de prédios públicos do Estado em áreas atingidas pelo afundamento do solo na capital alagoana estão em ritmo lento ou simplesmente indefinidas. É o caso de dois batalhões da Polícia Militar: o 4° BPM e o Escolar, ambos no bairro do Farol.

O Batalhão da Polícia Escolar apresenta rachaduras nas paredes, além de infiltrações, vazamentos e problemas nas redes elétrica e hidráulica. O prédio fica próximo ao Eixo Cepa, construído pelo governo do Estado e incluído em área de realocação da Braskem. Está a algumas quadras do 4° BPM, também com rachaduras só que no alojamento masculino.

Em ambos os casos, a Polícia Militar de Alagoas designou engenheiros para avaliar a situação dos prédios. Explicitamente ninguém associa as rachaduras ao afundamento do solo. Provocada pelo EXTRA, a Polícia Militar não respondeu a uma lista de questionamentos enviados pelo semanário.

O Hospital Escola Portugal Ramalho está rachando e já existe um projeto na Secretaria de Infraestrutura para transferi-lo a outro local. O Ceaf (Componente Especializado da Assistência Farmacêutica), antiga Farmex, na Rua Oldemburgo Paranhos (onde está o 4° BPM), também registra paredes trincadas.

Em 12 de março, o Comitê Gestor do Fundo Garantidor da Alagoas Previdência decidiu autorizar o conselho do fundo a negociar escolas estaduais incluídas na área de risco. São as escolas:

- Alberto Torres, localizada em Bebedouro e cujo valor do imóvel é R$ 2 milhões;

- Cincinato Pinto, no Bom Parto, valendo R$ 1,2 milhão;

- José Correia da Silva Titara, no Cepa, valendo R$ 18,3 milhões e;

- Professor José Vitorino da Rocha, também no Cepa, valendo R$ 5,6 milhões.

Os valores destes imóveis foram levantados por auditoria realizada pela Fundação Getúlio Vargas, a pedido do Estado para a Alagoas Previdência. Ao todo, estes prédios valem R$ 27,3 milhões. A proposta é que a Braskem compre estes imóveis e estas escolas devem ser erguidas em outros lugares.

No Portugal Ramalho, as negociações para transferência e edificação de uma nova unidade que vai substituir a estrutura atual estão bem mais avançadas. Ainda assim, sem data para conclusão. Há uma área que deve ser desapropriada entre os bairros da Pajuçara e do Poço, podendo ser a fábrica da antiga Brandini, na Rua Doutor Zeferino Rodrigues. A antiga fábrica de biscoito e massa foi comprada pelo grupo J Macedo e fechou as portas. O que se sabe? A construção ficará a cargo da Braskem.

Na Seinfra, o projeto está quase pronto. Uma equipe técnica do hospital viajou a São Paulo para conhecer a Unidade de Apoio ao Diagnóstico e Terapia do Instituto de Psiquiatria (IPQ), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, considerada a melhor do país.

A nova sede do Portugal Ramalho vai implementar “tratamentos modernos, alternativos, acessíveis e eficazes para a população” como Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), Estimulação Elétrica Transcraniana (EET), Terapia Eletroconvulsiva (ACT), Eletroencefalografia (EEG), Serviço de Odontologia entre outros. Estrutura, segundo diz o governo, “totalmente alinhada à nova e moderna estrutura de saúde mental a ser recebida no estado de Alagoas”.



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