ELEIÇÕES
Disputa na TV fica entre coadjuvantes Brito e Lobão
Candidatos ensaiam aliança para minar imagem do prefeito JHCO ditado “Em time que está ganhando não se mexe” nunca foi tão relevante para João Henrique Caldas (PL). O prefeito de Maceió planeja evitar confrontos diretos e até indiretos com os outros candidatos à prefeitura, optando por não participar dos debates e sabatinas organizadas pela mídia local. De acordo com interlocutores próximos à campanha de JHC, essa estratégia visa preservar sua vantagem nas pesquisas e evitar que adversários cresçam à custa de sua exposição.
A estratégia já está em ação, como demonstra a ausência do candidato à reeleição no primeiro debate entre candidatos, promovido pela Rádio CBN na última segunda-feira, 2, no auditório do Hotel Ritz. Além de não comparecer, ele também não enviou representante para o sorteio e definição das regras. Na sabatina promovida pelo UOL/Folha e pela Gazeta, na quarta-feira, 4, JHC igualmente não participou.
Os candidatos Rafael Brito (MDB) e Lobão (Solidariedade) participaram das sabatinas e debates realizados até o momento. Por outro lado, as candidatas Lenilda Luna (UP) e Nina Tenório (PCO) devem ficar de fora da maioria dos eventos, já que a Lei 9504/97 (Lei das Eleições) permite a inclusão apenas de candidatos cujos partidos possuam no mínimo cinco parlamentares no Congresso Nacional, o que não é o caso das duas postulantes.
Em relação a JHC, um possível debate ainda no primeiro turno só acontecerá na hipótese de haver ameaça de ele perder a liderança das intenções de votos reafirmada pela pesquisa Quaest divulgada pela Gazeta. No levantamento, ele aparece com 74% das intenções de voto, indicando a possibilidade de alcançar a reeleição ainda no primeiro turno.
Se a estratégia der certo e contar com um pouco de sorte, JHC pode superar o recorde de Cícero Almeida — que hoje tenta ser vereador —, reeleito prefeito de Maceió em 2008 com 81,5% dos votos válidos. Neste momento, a decisão de voto é definitiva para 65% dos eleitores, enquanto 34% afirmam que ainda poderão mudar de candidato até o dia da eleição e 1% não soube ou não quis responder.
No levantamento, Rafael Brito e Lobão aparecem empatados com 4% cada, enquanto Lenilda Luna obteve 2% e Nina Tenório 1%. Rony Camelinho (Agir), que teve sua candidatura indeferida, não chegou a pontuar na pesquisa registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o número AL-06310/2024 e que ouviu 900 eleitores entre os dias 26 e 28 de agosto com margem de erro de 3 pontos percentuais.
Levada em consideração a postura adotada por Lobão e Rafael Brito no último debate e em sabatinas, JHC não deve arriscar um embate direto. No debate promovido pela CBN, os dois concorrentes chegaram a ensaiar uma aliança na tentativa de minar a imagem do prefeito. Brito o acusou de priorizar a popularidade nas redes sociais em detrimento das necessidades reais da população. O emedebista também sugeriu que a ausência de JHC no debate foi uma estratégia para evitar perguntas incômodas.
Por sua vez, Lobão expressou sua decepção com a ausência de JHC e lamentou que as candidatas Lenilda Luna e Nina Tenório tenham sido excluídas com base na legislação eleitoral. “Quem tinha a oportunidade de vir, não veio”. O candidato do Solidariedade ainda fez críticas ao patrocínio de R$ 8 milhões dado por JHC à escola de samba Beija-Flor, que homenageou Maceió no carnaval deste ano.