ELEIÇÕES
Lobão promete auditoria nas contas da Prefeitura de Maceió
Para o candidato, a proximidade de João Caldas no governo municipal gera desconfiançasCandidato à Prefeitura de Maceió pelo Solidariedade, Anivaldo Luiz da Silva, o Lobão, participou na última quinta-feira, 26, de sabatina organizada pelo EXTRA. Durante a entrevista, conduzida pelos jornalistas José Fernando Martins, repórter do EXTRA, e Bruno Fernandes, coordenador do site NOVO EXTRA, Lobão abordou temas relevantes para a cidade e fez críticas à atual gestão do prefeito JHC, do PL, que busca a reeleição. Lobão já foi vereador e deputado estadual.
A entrevista na íntegra está disponível no canal do EXTRA ALAGOAS no YouTube.
José Fernando - Qual o seu diferencial em comparação aos adversários que também disputam a Prefeitura de Maceió?
Lobão - A diferença é que eu sou o único que vem da periferia. Nós viemos do povo e já temos projetos realizados, incluindo alguns de caráter executivo. Antes de ter um mandato, em cima de uma bicicleta conseguimos realizações que nem quem estava no mandato quis fazer.
Bruno Fernandes - O senhor pretende fazer auditoria dos valores pagos pela Braskem à Prefeitura de Maceió?
Lobão - Irei com minha equipe técnica preparada para fazer um pente fino nas contas da prefeitura. Estamos lidando com os Caldas. Seu patriarca desviou dinheiro de ambulâncias e ele (ex-deputado federal João Caldas, pai do prefeito JHC, condenado por envolvimento na Máfia das Sanguessugas) atua nos bastidores da Prefeitura de Maceió. Então, eu não sei o que vou encontrar lá. Veja, há quase dois anos eles não pagam as empresas que prestam serviços de ar-condicionado à prefeitura. Portanto, seguramente, irei enfrentar o desafio das questões das contas do Município.
José Fernando - O que acha da ausência do prefeito JHC nos debates em Maceió?
Lobão - Eu considero um grande desrespeito à imprensa, aos eleitores e à sociedade. Mas compreendo a situação. Ele sabe que fez uma gestão limitada. Não fez mais do que a obrigação, nada de inovador. Já pegou muita coisa encaminhada, como o residencial à beira da lagoa. O prefeito isolou Maceió e só restou a ele trabalhar com a Braskem. Eu não falto a um podcast de algum jovem jornalista que está iniciando a carreira.
Bruno Fernandes - Em relação à cannabis, acredita que a Câmara de Maceió, de maioria conservadora, está preparada para discutir sobre o tema?
Lobão - O remédio canabidiol já é utilizado por quem tem dinheiro. Agora, queremos trazer o remédio para a população. Acho que a Câmara, assim como a Assembleia Legislativa, irá, quase na sua totalidade, ser sensível à dor do povo.
José Fernando - O convite para que o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque assumisse a secretaria da pasta em Maceió realmente ocorreu?
Lobão - O convite aconteceu durante encontro que tive com ele em Recife, que foi muito simpático à ideia. Mas, vamos primeiro vencer a eleição. É o primeiro passo, a partir daí a gente avança. Mas, seguramente, farei uma revolução na educação básica de Maceió. Fiquem certos disso.
Bruno Fernandes - O prefeito JHC foi bastante criticado na área da cultura com patrocínio a escola de samba carioca e aos shows com cachês milionários em eventos, deixando o artista regional de lado. O que fará para valorizar o artista maceioense?
Lobão - Eu estou aqui hoje como candidato porque há 26 anos comecei como artista. Todos sabem que tenho uma banda de rock, conhecida nacionalmente. É claro que irei investir no artista da terra, não só da música, mas também do teatro, da literatura, poesia, audiovisual. Vamos proporcionar tudo o que foi negado nos últimos quatro anos. O que tiver ao meu alcance para valorizar a nossa cultura, eu farei.
José Fernando - O senhor tem algum projeto para levar comida mais barata à população?
Lobão - Tenho, mas barata não: gratuita e de qualidade. Venho de uma origem comum, de milhares de maceioenses, e sei do problema da insegurança alimentar, que está nas grotas, na beira da lagoa e nas favelas. Vamos fazer um restaurante popular gratuito.