Conteúdo do impresso Edição 1286

ELEIÇÕES

Sem Lula, Bolsonaro, Renan ou Lira nos palanques, campanhas focaram em apoios virtuais

Clima de ‘já ganhou’ e baixo desempenho nas pesquisas dificultaram presença in loco
Por ODILON RIOS 05/10/2024 - 07:00

ACESSIBILIDADE

© Fernando Frazão/Agência Brasil
Clima de ‘já ganhou’ e baixo desempenho nas pesquisas dificultaram presença in loco
Clima de ‘já ganhou’ e baixo desempenho nas pesquisas dificultaram presença in loco

Com as campanhas eleitorais de 2024 praticamente no fim, os principais líderes políticos do país, como Lula (PT), Bolsonaro (PL), Renan Calheiros (MDB) e Arthur Lira (PP), optaram por manter suas presenças limitadas ao ambiente virtual em Alagoas.

Para JHC, prefeito em busca da reeleição e presidente regional do PL, a ausência de Jair Bolsonaro não representa um prejuízo significativo. O ex-presidente, que teve uma vitória expressiva em Maceió nas eleições de 2022, optou por não se envolver diretamente na campanha local e apareceu apenas em fotos — antigas — com alguns candidatos da direita alagoana. JHC, por outro lado, enquanto lidera as pesquisas, está mais focado em consolidar o apoio dos candidatos do PL à Câmara de Vereadores, no qual tem investimento de pouco mais de R$ 8 milhões.

Rafael Brito, por outro lado, enfrenta uma situação diferente. Candidato do MDB à prefeitura, ele esperava contar com a presença de Lula para impulsionar sua candidatura, uma vez que o PT desistiu de lançar seu próprio candidato, Ricardo Barbosa. Embora Lula tenha manifestado a intenção de participar das campanhas de aliados com chances reais de vitória, a baixa performance de Brito demonstrada nas primeiras pesquisas, oscilando em torno de 10%, acabou desmotivando o envolvimento do presidente.

O conflito de interesses entre os principais nomes da base aliada de Lula no Congresso também influenciou sua ausência. De um lado, o senador Renan Calheiros, apoiador de Brito, e, de outro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, aliado de JHC. Essa disputa entre as lideranças locais tornou a presença de Lula ainda mais delicada, uma vez que qualquer manifestação mais contundente poderia desagradar um dos lados e comprometer futuras alianças políticas no Congresso.

Mesmo sem uma participação direta, Lula fez questão de gravar um vídeo de apoio para Brito, divulgado faltando pouco mais de quatro dias para o pleito. Na mensagem, o presidente reforçou a importância de eleger Brito para que Maceió “entre no rumo certo”. No entanto, essa foi a única intervenção presidencial na campanha, insuficiente para gerar uma virada substancial nas intenções de voto do candidato do MDB.

Arthur Lira, assim como Renan Calheiros, também evitou associar sua imagem à campanha local e, desde a convenção do PL em Maceió, ao lado de JHC e Rodrigo Cunha, nome escolhido contrariando o presidente da Câmara dos Deputados, não apareceu mais em eventos públicos com o prefeito.

O distanciamento de Lira pode estar relacionado a episódios como a vaia que recebeu em um evento em maio, ao lado de JHC, durante a entrega de casas no Vergel do Lago. Desde então, Lira redirecionou seus esforços para a campanha do pai, Biu de Lira, em Barra de São Miguel, e para a candidatura do primo Joãozinho Pereira, em Junqueiro, locais onde suas chances de sucesso eleitoral são maiores.

Renan Calheiros, por sua vez, preferiu adotar uma postura mais discreta, seguindo o conselho do filho, Renan Filho, e limitando sua exposição pública ao lado de Rafael Brito. Embora tenha evitado aparições conjuntas, Calheiros fez algumas menções indiretas de apoio a Brito em redes sociais, mas sem o entusiasmo ou a visibilidade que muitos esperavam.


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