Conteúdo do impresso Edição 1298

MANDATO CONFORTÁVEL

JHC é o 2º prefeito das capitais com maior bancada na Câmara Municipal

Teoricamente, prefeito terá o apoio de 60% dos vereadores, sendo 40% do PL e o restante de legendas da coligação
Por TAMARA ALBUQUERQUE 11/01/2025 - 08:37
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Ascom/JHC
Ao lado do vice Rodrigo Cunha, segundo governo de JHC não deve encontrar amarras no Legislativo
Ao lado do vice Rodrigo Cunha, segundo governo de JHC não deve encontrar amarras no Legislativo

O prefeito João Henrique Caldas (PL), o JHC, começa o mandato com 60% de vereadores da sua base de apoio político na Câmara Municipal de Maceió. Dessa forma, a expectativa é de que ficará mais fácil ao prefeito executar seus programas e projetos e negociar com o parlamento. Quanto mais aliados na Câmara, menos dificuldades o novo chefe do Executivo tende a enfrentar, exigindo menos habilidades para aprovar suas agendas.

No cenário nacional, JHC e João Campos (PSB), de Recife, são os prefeitos que terão mais companheiros de partido no Legislativo. Dos vereadores da capital alagoana, 40% são do PL, legenda do prefeito: Luciano Marinho, Galba Netto, Marcelo Palmeira, Leonardo Dias, Brivaldo Marques, Cal Moreira, Siderlane Mendonça, Jeannyne Beltrão, Eduardo Canuto, Jonatas Omena e Chico Filho, atual presidente da Casa.

Além disso, JHC também conta com os aliados da coligação (Republicanos, PP, Pode, União, PSB, Cidadania), com os quais já começou a estabelecer as negociações para fortalecer suas bases no Legislativo. Entre os dez vereadores novatos, apenas três são de partidos de “oposição”: Sílvio Camelo Filho (PV), Fátima Santiago (MDB) e Allan Pierre (MDB).

As negociações com a Câmara Municipal de Maceió na gestão anterior, findadas em 2024, garantiram inúmeras vitórias ao prefeito JHC no Legislativo. A última delas, em 27 de dezembro, ao apagar das luzes do mandato, foi a aprovação por unanimidade do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que determinou o valor do orçamento em R$ 4.861.123.479,00, o que representou uma redução de R$ 444 milhões em relação ao orçamento de 2024, de R$ 5,3 bilhões.

O PLOA 2025 de Maceió prevê cortes em diversas pastas municipais, como: Comunicação, com redução de mais de 28%; Departamento Municipal de Transporte e Trânsito (DMTT), com 61% a menos; Turismo, com 15% a menos; Infraestrutura, com corte de 36%. Porém, o repasse dos recursos para a Câmara cresceu de R$ 113 milhões em 2024 para R$ 120,3 milhões este ano. A sessão que aprovou o novo orçamento da capital alagoana contou com a participação de 24 vereadores e ausência do vereador Francisco Sales (PL).

Aos 37 anos, JHC foi reeleito prefeito de Maceió (AL) no 1º turno das eleições de 2024 com 379.544 votos, 83,25% dos votos válidos (dados a todos os candidatos). A eleição em Maceió teve 493.086 votos totais, o que inclui 13.585 votos brancos (2,76% dos votos totais) e 23.583 votos nulos (4,78%). A abstenção foi de 139.726 eleitores (22,08%) do total de aptos a votar nas eleições 2024 na cidade. O vice-prefeito eleito em Maceió é Rodrigo Cunha, do PODE, que tem 43 anos.

SITUAÇÃO CONFORTÁVEL

Em 12 das 26 capitais brasileiras, os prefeitos que tomaram posse este mês vão começar o mandato com mais de 50% de vereadores da base em suas câmaras municipais, uma situação confortável para aprovar projetos de seu interesse, segundo levantamento feito pelo Coletivo Legis-Ativo, em parceria com pós-graduandos em Ciência Política da Fesp-SP.

Compõem a lista o prefeito João Campos/Recife (78,4%), Tião Bocalon/Rio Branco (76,2%), Paulinho Freire/Natal (72,4%), Cícero Lucena/João Pessoa (72,4%), Bruno Reis/Salvador (72,1%), Ricardo Nunes/São Paulo (67,3%), Igor Nomando/Belém (65,7%), Topázio Neto/Florianópolis (65,2%), Eduardo Paes/Rio de Janeiro (54,9%), Eduardo Pimentel/Curitiba (52,9%) e Sandro Mabel/Goiânia (51,4%). JHC, como foi dito antes, conta com 60% dos vereadores eleitos em legendas aliadas, sendo 40% do seu partido político.

João Campos, de Recife, é o prefeito de capital com maioria mais folgada no Legislativo local. Apoiaram sua reeleição 29 dos 35 vereadores da nova legislatura, o que equivale a quase 80% das cadeiras, segundo o levantamento.

SITUAÇÃO DELICADA

A pesquisa mostra que o novo prefeito de Porto Velho, Leonardo Barreto (Podemos), é quem começa o mandato com a situação mais adversa entre todos os seus colegas de capitais. Nenhum dos 23 vereadores recém-empossados faz parte do partido ou da coligação que o elegeu.

Além dele, a nova prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), inicia sua gestão com apenas dois aliados dentre os 26 vereadores (7,7%). Já Eduardo Siqueira Campos (Podemos), novo prefeito de Palmas, tem apenas dois vereadores aliados na Câmara Municipal, que é composta por 23 cadeiras.



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