Pesquisas de dezembro e janeiro balançam influência de Renan Filho e JHC em seus redutos

As articulações para a sucessão estadual e a disputa pelo Senado, em Alagoas, revelam cenários distintos, com destaque para a influência regional e a dinâmica entre candidatos tradicionais e novas lideranças. Os dados de pesquisas recentes apontam mudanças importantes nos níveis de preferência e rejeição, delineando os desafios de cada postulante para as eleições de 2026.

No comparativo entre as pesquisas, observa-se que, enquanto JHC lidera na capital com ampla margem, o interior do estado desponta como reduto político de Renan Filho. Essa divisão geográfica reflete o peso das bases eleitorais e a necessidade de uma estratégia que alcance tanto as zonas urbanas quanto rurais. Para o Senado, os números também demonstram a disputa acirrada entre lideranças tradicionais e novos nomes.

Na pesquisa divulgada em janeiro de 2025 pelo Instituto Falpe, o prefeito de Maceió, JHC, aparece com 70% das intenções de voto na capital, uma queda em relação aos 83% obtidos na última eleição municipal. O ex-governador Renan Filho (MDB) surge com 12% na mesma pesquisa. JHC tem 5,5% de rejeição, enquanto Renan Filho apresenta 29,5%. Em termos de voto no interior, Renan Filho detém um apoio mais consolidado, evidenciado pela força do MDB, que elegeu 65 prefeitos em 2024.

Na pesquisa de dezembro de 2024, também do Instituto Falpe, realizada na região do Alto Sertão, Renan Filho lidera com 67% das intenções de voto para governador, enquanto JHC aparece com apenas 12%. Nesta sondagem, a rejeição de JHC é maior, alcançando 10%, contra 6% de Renan Filho. Esses números reforçam o contraste entre as preferências eleitorais nas diferentes regiões do estado.

Para a disputa ao Senado, a pesquisa de janeiro de 2025 aponta Davi Davino Filho com 50% das intenções de voto, seguido por Renan Calheiros com 19% e Arthur Lira com 17%. Já no levantamento de dezembro de 2024 no Alto Sertão, Renan Calheiros lidera com 38,5%, seguido por Arthur Lira com 34% e Paulão com 18%. A rejeição também varia entre os cenários: Alfredo Gaspar lidera no Alto Sertão com 9%, enquanto Renan Calheiros apresenta 8%.

A avaliação dos governos também difere entre as pesquisas. No Alto Sertão, o governador Paulo Dantas registra 73% de aprovação, e o presidente Lula, 79%. Esses dados mostram uma sintonia entre a gestão estadual e federal na região. Em contraste, não há dados de aprovação nos levantamentos focados em Maceió, indicando uma área de oportunidade para estratégias eleitorais.

O cenário eleitoral alagoano expõe um desafio claro para JHC: ampliar sua influência no interior do estado, onde Renan Filho domina politicamente. A vantagem de Renan no interior é sustentada pela presença do MDB em prefeituras e lideranças locais. Para reverter isso, JHC precisará de uma campanha que reforce sua imagem além da capital.

Ao mesmo tempo, a disputa pelo Senado se mostra mais equilibrada, com Davi Davino Filho liderando na capital, mas Renan Calheiros e Arthur Lira demonstrando força em regiões estratégicas. A polarização entre Calheiros e Lira, aliados em contextos diferentes, pode impactar diretamente na divisão do eleitorado e na definição dos eleitos para as duas vagas.

As pesquisas também evidenciam que, apesar da aprovação do governador Paulo Dantas e do presidente Lula no Alto Sertão, há uma parcela significativa de indecisos e eleitores que preferem não opinar.