Conteúdo do impresso Edição 1305

CASO DE FAMÍLIA

Advogada acusa ex-cunhada de dilapidar patrimônio de filhas

Empresária estaria se desfazendo de bens em prol de relacionamento amoroso
Por Redação 01/03/2025 - 06:00
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REPRODUÇÃO
Lili estaria se desfazendo de bens, como a fazenda herdada pelo falecido marido
Lili estaria se desfazendo de bens, como a fazenda herdada pelo falecido marido

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) se debruça, atualmente, na investigação de uma denúncia envolvendo duas irmãs menores, de 14 e 10 anos, que estariam sendo vítimas do comportamento imprudente da mãe, acusada de dilapidar o patrimônio deixado pelo marido, falecido, em novo relacionamento conjugal.

O caso foi encaminhado em caráter de urgência pela advogada Adriana Mangabeira Wanderley à Promotoria de Justiça de Proteção da Criança e do Adolescente de Maceió do MPAL. As vítimas em questão são sobrinhas da advogada cuja mãe é a empresária Anelise Silva Santos, conhecida como Lili Nelore.

No processo, a advogada denuncia que desde a morte do irmão Flávio José Mangabeira Wanderley, ocorrida em julho de 2022 em decorrência de choque séptico de foco pulmonar, a ex-cunhada se apropriou "indevidamente" dos bens deixados pelo marido para amparar as filhas e que está se desfazendo deles para sustentar uma vida de ostentação e farras junto com seu novo companheiro.

Entre os bens está uma fazenda com todos os semoventes (gados), implementos e casa residencial no município de Santana do Mundaú, e a empresa Frigorífico Nelore e mercadinho, que foi 100% doada pelos pais em forma de herança antecipada e funciona na Serraria, em Maceió. Segundo Adriana Mangabeira, boa parte dos bens pertencentes à herança das menores já foi vendida. "Anelise está contraindo dívidas e pagando com o patrimônio das menores", afirma a advogada.

No texto da denúncia, a autora anexou documentos que comprovam dívidas contraídas pela ex-cunhada e cobranças de valores altos em processos judiciais. A fazenda está insistentemente sendo ofertada nas redes sociais para venda, afirma a denúncia, que tem uma juntada de documentos, registros fotográficos, comprovantes de débitos, entre outros anexos.

A advogada também denuncia que as sobrinhas menores de idade estão correndo risco de "integridade física, moral, psicológica, social e patrimonial". Para justificar, afirma que as meninas vivem em ambiente onde ocorre "farras com bebidas e até a presença de homens que possuem ficha criminal de alta periculosidade". "É notória a mudança de padrão de vida do atual companheiro de Anelise para melhor e das menores para um padrão mais baixo", comenta.

Adriana Mangabeira informa que a ação junto ao MPAL busca "garantir que a tutora [Anelise] não utilize o patrimônio herdado pelas menores em proveito próprio, e principalmente garantir uma qualidade de vida compatível com o que elas tinham antes do falecimento do pai, o que será comprovado a plena possibilidade diante do grande acervo patrimonial deixado. Não restará dúvida que o arrendamento da fazenda inventariada seria o bastante para a manutenção das menores até a maior idade, sem a necessidade de desfazimento dos bens".

O processo requer uma medida com máxima urgência para impedir Anelise de contrair dívidas em nome do espólio e bloquear a venda da fazenda na matrícula, além de fazê-la assumir um compromisso formal com o Ministério Público.

Adriana Mangabeira narra na peça que o irmão Flávio Wanderley era doente renal grave e que conseguiu um rim para transplante, cirurgia que foi um sucesso, sem rejeição e com alta médica em tempo recorde. Porém, o pós-operatório não foi seguido como recomendado pelos médicos. "Anelise proporcionava uma vida desmantelada ao meu irmão, com farras, sem repouso ou isolamento".

"Uma das minhas grandes preocupações", diz a advogada, "é a ficha criminal do companheiro da genitora das minhas sobrinhas. Conforme processo acostado na íntegra, ele cometeu crime de roubo de carga à mão armada, na região de Pilar/AL, processo nº 0000385-92.2008.8.02.0047, e sua condenação não se conclui devido à prescrição. Porém, um de seus comparsas já foi assassinado e o outro fugiu para o Mato Grosso... como pode-se observar, o crime cometido foi grave, através de violência com arma de fogo", complementou.


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