Faculdade de Medicina de Alagoas comemora 75 anos

Para celebrar os 75 anos de existência, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas vai homenagear 15 personalidades que marcaram a história da instituição.

O evento acontece dia 7 de maio, às 9 horas, no auditório da Reitoria, no Campus A. C. Simões, em Maceió. No mesmo encontro festivo será lançado o livro “Famed 75 anos”. O convite é do reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, da diretora da Faculdade de Medicina, Angela Canuto e do diretor da Edufal, Eraldo Ferraz.

A data merece ser comemorada com todas as honrarias, tamanha importância da instituição. A organização do jubileu ficou por conta da diretora da Faculdade de Medicina, Angela Maria Moreira Canuto, graduada em Medicina pela Ufal (1977), de João Batista Neto, também graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Alagoas (1980) e outros colaboradores que dividem tamanha responsabilidade para que o jubileu dos 75 anos da Faculdade seja um marco. É o caso da professora Sheila Maluf, que embora não seja médica, trouxe sua experiência e conhecimento com dedicação voluntária à organização do livro.

“Gostaria de expressar minha gratidão a algumas pessoas que foram fundamentais para a realização deste projeto. Agradeço ao professor João Batista, uma das maiores referências em cirurgia, que, ao receber meu convite para participar da construção deste livro, respondeu de imediato, com entusiasmo e dedicação. À professora Sheila Maluf, cuja competência profissional e paixão por livros e cultura são amplamente reconhecidas. Ao reitor Josealdo Tonholo e a toda a comunidade acadêmica da Ufal. Desejo que este livro transcenda o presente, tornando-se um legado para as futuras gerações. Que ele inspire todos aqueles que, um dia, desejarem compreender a grandeza, a relevância e o impacto transformador da Faculdade de Medicina da Ufal na história de Alagoas e do Brasil”, agradece Angela Canuto.

Para situar o leitor, logo no início da obra, que conta com 224 páginas, aparece a frase “A jangada a gente faz torta para o tempo endireitar”. A expressão é de um pescador alagoano anônimo, mas foi utilizada para anunciar que o livro (Famed 75 anos) é uma jangada simbólica que foi lançada ao mar da memória e da história. “Ele foi construído com o esforço coletivo de professores, funcionários e alunos que dedicaram suas vidas à Faculdade de Medicina de Alagoas e é uma homenagem a todos que ajudaram a erguê-la e sustentá-la ao longo desses 75 anos”.

O livro é recheado de memórias desde a fundação da faculdade, em maio de 1950. Fala da ideia de Abelardo Duarte, da convocação de 13 colegas para reunião sem informar o objetivo final. Diz da gratidão pelas grandes e miúdas empresas que participaram com telhas, sacos de cimento e outros materiais para transformar um quartel do exército em faculdade. E o que dizer do Dr. Ednor Bitetencourt que foi por 10 anos secretário da faculdade “sem ganhar um tostão”, mas tinha que dar expediente para que os “meninos” recebessem o diploma.

A cada capítulo o leitor é convidado a reviver a história da instituição. Seja num passado distante ou mais recente. Tem o discurso do Dr. Ib Gatto Falcão na solenidade de abertura da primeira Faculdade de Medicina do Estado de Alagoas, onde ele fala da instalação do ensino médico em Alagoas graças à ideia magnífica de Abelardo Duarte e da coragem de Lages Filho, Aristóteles Simões, Sebastião da Hora, Durval Cortez, Ezequias da Rocha, Rodrigo Ramalho, Mariano Teixeira, Alfredo Ramiro Basto, Lessa de Azevedo, José Lira, José Mário Mafra, Pedro Reys, Abelardo Albuquerque e Théo Brandão, que junto com ele fundaram a faculdade.

Tem a palavra do atual reitor, da diretora e tantos outros colaboradores. O livro conta com ilustrações, documentos, fotografias e uma gama de materiais que levam o leitor a aguçar a curiosidade e logo adquirir “Famed 75 anos”.

A parte um traz a história e panteão dos seus fundadores. A dois, que apresenta o desenvolvimento de ensino, pesquisa e extensão, merece destaque a participação do Dr. João Batista Neto que tão bem retrata os 50 anos do estágio rural obrigatório da Faculdade de Medicina. A construção do currículo para o século XXI também faz parte da obra. Além de legados e memórias da Fameal, nomes de personalidades nacionais e internacionais da Faculdade que serão homenageados no jubileu dos 75 anos também povoam as páginas da publicação. “Este livro presta homenagem à coragem de quem dedica esforços não em benefício próprio, mas em prol do coletivo”.

Logo, “comemorar os 75 anos do curso de Medicina é celebrar o protagonismo de um dos cursos que criaram a maior e mais antiga instituição de ensino superior pública do Estado, a Universidade Federal de Alagoas (UFAL).”

OS HOMENAGEADOS

1 – Álvaro Antônio Machado – lutou como secretário da Saúde para conquistar outro centro de alta complexidade em oncologia para Alagoas (Cacon) e para ser implantado no Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Alagoas/Ufal, visto que Alagoas e mais três estados eram os únicos fora desse projeto.

2 – Álvaro Madeiro Leite – titular de pediatria da UFCE, criou e implantou a disciplina Humanidades Médicas no curso médico da UFCE e publicou livros sobre o tema.

3 – Angela Rubia FUCS – cardiologista no Instituto Dante Pazzanese/SP. É embaixatriz dos alagoanos naquele hospital.

4 – Ana Dayse Dorea – lutou pela implantação da telemedicina e telessaúde e por mais recursos técnicos para proporcionar novos desfechos em prol dos doentes cirúrgicos, por um novo currículo médico e pelo novo prédio da Faculdade de Medicina.

5 – Carmen Pereira Ramos – pioneira em pós-graduação stricto sensu. Realizou pesquisas em Doença de Chagas na França e Canadá.

6 – Domingos José Correia da Rocha – pioneiro da ultrassonografia na América Latina, Brasil e Alagoas.

7 – José Cardoso Cavalcante Júnior – pioneiro na cirurgia videolaparoscópica para câncer de pâncreas em Alagoas.

8 – José Wanderley Neto – implantou a cirurgia cardíaca em Alagoas.

9 – João Pereira Neto – paradigma e formador de jovens médicos. Dedicação à clínica médica do HUPAA.

10 – Maria Eliete Pinheiro – implantou a diálise no HUPAA, criou grupos de pesquisa e dedicou-se ao ensino na graduação.

11 – Marta Cristina Tenório Lins Mota – dedicação ao ensino médico e paradigma como médica endocrinologista no cuidado com seus doentes, para prevenir sobretudo as sequelas do diabetes mellitus.

12 – O egrégio Milton Hênio de Gouveia – pelos 60 anos de clínica pediátrica para os filhos de carroceiro e os do presidente da República.

13 – Rosana Brandão Vilela – consolidou a pós-graduação stricto sensu na Fameal e preparou o currículo do curso médico da Fameal para o século XXI.

14 – Sadi de Carvalho Filho – paradigma na medicina geral, na cardiologia e ensino médico humanizados.

15 – Taís Moldavo – graduada na Fameal. Reumatologista com serviço próprio nos Estados Unidos. Embaixadora para médicos e acadêmicos de medicina nos EUA.