DESAFIOS ONLINE
Morte de criança no DF reacende debate sobre perigos da internet
Relatório aponta que menos da metade das secretarias de Educação do Brasil têm disciplina específica para o uso seguro da tecnologia digital
Desafios na internet mataram ou feriram 56 crianças e adolescentes brasileiros desde 2014, conforme aponta levantamento do Instituto DimiCuida, que monitora brincadeiras perigosas na rede. O tema tem chamado ainda mais a atenção desde o domingo, 13, após a morte de Sarah Raissa, de 8 anos, moradora do Distrito Federal, que foi encontrada desacordada em casa depois de ter inalado gás desodorante aerossol “cumprindo” um desses desafios. O caso mostra a importância de orientação a crianças e adolescentes sobre o uso da Internet.
O assunto não é novidade e especialistas alertam que a internet virou “campo minado” para crianças e jovens. O pesquisador Pedro Hartung, diretor de Políticas e Direitos das Crianças do Instituto Alana, em entrevista à Agência Brasil, explicou que a internet aumenta as vulnerabilidades que já existem no âmbito offline. Entre as saídas, ele aponta a necessidade de o Estado aplicar a lei e também da implantação de uma política de educação digital.
Em relação ao tema, a Safernet (ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet), lançou em março um relatório sobre a existência ou não de disciplina curricular nas escolas da rede pública estadual do país para alunos do ensino médio abordando os cuidados com a Internet.
No entanto, o resultado é nada animador. Segundo relatório “Cultura e Cidadania Digital nos currículos de Ensino Médio das redes estaduais de educação”, menos da metade das secretarias estaduais de Educação do Brasil adotam uma disciplina específica para o uso seguro de tecnologias digitais. Apenas 44%, ou seja, 12 redes de ensino, estão dentro desse universo. O estado de Alagoas aparece nesta relação positiva, acompanhado do Acre, Amazonas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Vale ressaltar que a pesquisa de coleta de dados foi feita ao longo do ano de 2024 e nem todos os estados atenderam a reivindicação. Alagoas, porém, merece destaque ao responder de forma positiva a todos os quesitos.