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Alta nos combustíveis compromete 9,5% da renda familiar em Alagoas
Índice está entre os mais altos do país no primeiro trimestre de 2025
Famílias de Alagoas destinam em média 9,5% da renda mensal para abastecer com gasolina, segundo o Panorama Veloe de Mobilidade, feito com apoio da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. O índice divulgado nesta segunda semana de junho está entre os mais altos do país no primeiro trimestre de 2025, superando a média nacional de 5,8% e a das capitais, de 3,9%.
Entre os estados com maior comprometimento da renda, Alagoas aparece ao lado de Maranhão (10,8%), Acre (10,7%), Ceará (10,1%) e Bahia (9,6%). Os menores percentuais foram registrados no Distrito Federal (3,3%), São Paulo (4,4%) e Santa Catarina (4,7%).
A Região Nordeste, com média de 9,2%, apresentou um dos maiores índices do país, ficando atrás apenas do Norte, que atingiu 8%. No Centro-Oeste, Sul e Sudeste, os percentuais ficaram abaixo de 5,1%, mostrando forte desigualdade regional no impacto dos combustíveis.
Apesar da alta, o estudo aponta estabilidade nos dados em relação ao primeiro trimestre de 2024. Segundo os pesquisadores, isso é reflexo do aumento da renda domiciliar, que amenizou os efeitos dos combustíveis caros sobre o orçamento das famílias.
O levantamento também revela que em maio houve redução nos preços médios dos seis combustíveis analisados. O diesel comum e o diesel S-10 caíram 2,5%. A gasolina comum teve recuo de 0,5% e a aditivada, de 0,6%. O etanol e o GNV caíram 0,3%.
Ainda assim, o acumulado do ano até maio mostra tendência de alta. O etanol subiu 5,1%, seguido pela gasolina comum (2,4%), gasolina aditivada (2,1%) e GNV (1,1%). Apenas os dois tipos de diesel ficaram praticamente estáveis, com 0,03% de variação.
Nos últimos 12 meses, todos os combustíveis registraram aumento. O etanol liderou com alta de 12,7%, seguido pela gasolina comum (7,4%), gasolina aditivada (7,2%), diesel comum e S-10 (3,3%) e GNV (1,1%), segundo o levantamento da Fipe.
Em maio, o preço médio da gasolina comum foi de R$ 6,363 por litro no país. A Região Norte teve a maior média (R$ 6,767), seguida pelo Sul (R$ 6,467). Apenas o Centro-Oeste registrou aumento mensal, de 0,7%. O etanol foi vendido a R$ 4,374, em média.
Os maiores preços do etanol ocorreram no Norte (R$ 5,280) e Nordeste (R$ 4,916). Já as maiores quedas foram registradas nas regiões Sudeste e Sul, com recuos de 0,9% e 0,7%, respectivamente. O diesel S-10 teve preço médio de R$ 6,217 em maio.
O diesel S-10 também apresentou redução em todas as regiões do país. As quedas mais significativas ocorreram no Sul, com -3,2%, e no Centro-Oeste, com -2,9%. Apesar disso, o produto segue como um dos mais caros no abastecimento nacional.
Segundo o Indicador de Custo-Benefício Flex, o preço médio do etanol representou 72,3% do valor da gasolina comum em maio. Nas capitais, a relação chegou a 72,9%, acima do ponto de equilíbrio de 70%, o que manteve a gasolina mais vantajosa economicamente.
No entanto, em estados como Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, o etanol continua competitivo, com preços que compensam sua menor eficiência energética. Isso mantém o combustível como opção mais viável nesses mercados.
Além da variação interna de preços, o mercado internacional também pode pressionar o valor dos combustíveis no Brasil. O conflito no Oriente Médio elevou o preço do petróleo, com reflexos diretos na formação dos preços internos.
Após ataques de Israel contra o Irã no último dia 12, o petróleo disparou. O barril tipo Brent subiu 8,77%, para US$ 75,44, enquanto o WTI, referência nos Estados Unidos, aumentou 8,33%, alcançando US$ 74,05, segundo dados do mercado internacional.
Essa valorização internacional do petróleo tende a impactar diretamente o preço da gasolina e do diesel no Brasil, já que os valores internos acompanham a cotação do barril no mercado global e as variações cambiais, como o dólar.
O reflexo desses aumentos pode ser sentido nos próximos meses. O impacto no bolso dos consumidores, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, poderá se agravar, caso o cenário internacional mantenha instabilidade ou novos conflitos elevem os preços.