DESCASO
Enfermeira narra momentos de tensão ao ver família alagoana ser expulsa de avião
Motivo seria doença rara de criança; caso aconteceu em Aracaju (SE)
A enfermeira Maria Helena Santana utilizou o Instagram para expressar sua indignação contra a companhia aérea Gol que teria destratado passageiros no Aeroporto Internacional Santa Maria, em Aracaju, no Sergipe.
O fato teria ocorrido na madrugada de domingo, 26. Segundo a enfermeira, a tripulação retirou uma família, já embarcada na aeronave, por causa de uma doença de pele de uma criança.
O motivo alegado pelos comissários e pelo piloto seria uma determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que não permite o embarque de pessoas com doenças contagiosas.
"Só que a criança que eles impediram de embarcar tinha uma doença rara chamada Ictiose, que não é contagiosa. Não deixaram os pais falarem, não me deixaram falar, apesar de todas tentativas", contou.
E continuou: "Disseram que eu não era médica e não podia afirmar isto. Duvidaram de meu conhecimento como enfermeira. Disseram ainda que a criança só embarcaria com uma declaração".
Conforme depoimento, a família, que partiu de Alagoas com destino a São Paulo para consulta médica da criança, acabou ficando desamparada.
A enfermeira finalizou sua postagem no Instagram pedindo explicações à Gol, à Anvisa e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o ocorrido.
Ictiose
Ictiose, também conhecida como doença da escama de peixe, é um grupo de doenças da pele hereditária incomuns caracterizados por pele ressecada, endurecida, seca e escamosa.
É causada por um defeito no processo de regeneração da pele, pelos e unhas resultando no acúmulo de pele velha.
Outro lado
Sobre o caso, a GOL esclareceu, em nota, que a menor e sua família tiveram o embarque negado no voo G3 1503 (Aracajú – Guarulhos), já que os mesmos não portavam atestado médico informando sobre a doença da criança como é recomendado pela Anac.
"Seguindo as regras de segurança da Anvisa, a companhia ofereceu todo o suporte necessário, como transporte de ida e volta até um hospital local, para que a família pudesse pegar um atestado liberando a menor para viagem e esclarecendo sobre o diagnóstico da doença, deixando claro que não se tratava de uma enfermidade contagiosa", informou.
Ainda segundo a empresa, após todos os esclarecimentos, a família seguiu viagem para São Paulo no voo G31501 (Aracajú – Guarulhos), às 11h20 desse domingo, 26. "A Gol reforça que todo passageiro com doença infectocontagiosa ou genética deve apresentar um atestado médico que especifique a ausência de risco para contágio, como é recomendado pelos órgãos regulatórios. Tal procedimento visa garantir a segurança e saúde de todos os viajantes", informou.