JUSTIÇA
Sindicato quer condenação e expulsão de PMs envolvidos na morte de policial
Sindicato vai acompanhar o envio do inquérito policial à Justiça
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas quer a condenação e posterior expulsão dos militares envolvidos na morte do policial civil Jorge Vicente Ferreira Junior — morto a tiros por policiais militares no dia 17 de janeiro deste ano, no bairro Riacho Doce, em Maceió.
Para o Sindpol, que ainda aguarda o resultado da perícia ser divulgado até o final do mês de fevereiro, a decretação da prisão temporária de seis policiais militares, envolvidos na morte do policial civil, é pouco. "Os culpados devem ser condenados e expulsos”, afirma o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário.
O presidente do Sindpol quer que a morte do policial civil Jorge Vicente Ferreira Júnior, conhecido como Jorginho, chame a discussão no âmbito do Estado de Alagoas e dentro das categorias das forças de Segurança, que a política do Governo do Estado de bater nas pessoas, atirar primeiro e perguntar depois é uma política que faz centenas de vítimas inocentes.
"Aguardamos que no final da prisão temporária de 30 dias seja depois disso feita a prorrogação por mais 30 ou que peçam a prisão preventiva", afirmou ao EXTRA.
O dirigente informa ainda que o Sindicato ficará acompanhando até o envio do inquérito policial à Justiça. Também acompanhará o processo no âmbito do Poder Judiciário. Para isso, a entidade sindical já disponibilizou o advogado criminalista Welton Roberto.
"A brutalidade e a violência perpetradas por alguns policiais têm que ser freada e devem acabar. Temos que obedecer os preceitos legais. O incentivo à violência e à brutalidade um dia bate às nossas portas. Os policiais do bem, que são a magnitude de sua maioria, devem combater alguns policiais que incitam a violência e querem trabalhar às margens da lei”, defende Ricardo Nazário.
Militares presos
Na tarde de quinta-feira, 11, seis policiais militares envolvidos na morte do policial civil Jorge Vicente Ferreira foram presos. Eles foram apresentados pela Polícia Militar na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com a delegada Teila Nogueira, os militares tiveram a prisão temporária decretada, mas não revelou o motivo para a expedição. "O mandado foi expedido e agora a Polícia Militar apresentou esses militares", disse a delegada.
No dia 23 de janeiro, imagens obtidas pelo EXTRA mostram o exato momento em que os policiais militares em uma viatura atiram contra o policial civil em uma suposta troca de tiros, no bairro de Riacho Doce, no litoral Norte da capital alagoana.relacionadas_esquerda
De acordo com informações, até o momento a Polícia Civil não sabe de fato como começou o confronto, mas os depoimentos dos policiais militares que participaram da ação se chocam quando comparadas as versões e levam à forte possibilidade de que tenha havido uma execução.
Ao todo, 10 policiais militares estiveram presentes no local e o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas acredita em uma execução, devido ao estado do corpo.
O boletim de ocorrência, no entanto, revela o nome apenas de três militares envolvidos no confronto. Entre eles, Zezito Alves dos Santos, 3º SGT da Polícia Militar, lotado no Batalhão de Polícia de Eventos que não estava de serviço no dia. Portanto, não estava nas viaturas encaminhadas ao local após o confronto. Claudio Jorge Coutinho Ferreira, Sub Tenente da Polícia Militar e Allan Douglas Alves Gonçalves, 2º SGT lotado na 3ª Cia independente de Paripueira.
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