caso Marcos André
Acusada de mandar matar advogado é condenada a 28 anos de reclusão
Janadaris Sfredo passará por exames no IML antes de ser encaminhada ao presídio
Depois de mais de uma década de tramitação, o Tribunal do Júri condenou, na madrugada desta sexta-feira, 15, Janadaris Sfredo a 28 anos de prisão em regime inicialmente fechado pela morte do advogado Marcos André de Deus Félix. O crime ocorreu em março de 2014, na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, e foi classificado como emboscada. A decisão ainda é passível de recurso.
Vale destacar que, dos 28 anos de prisão, Janadaris já cumpriu quatro. Com a subtração desse período, a pena restante é de 24 anos, dos quais ela cumprirá 50% em regime fechado, totalizando 12 anos de reclusão.
O julgamento, desaforado para Maceió, ocorreu no Fórum Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, e durou cerca de 19 horas. Foram ouvidas nove testemunhas, e a sessão foi presidida pelo juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara Criminal. O Ministério Público foi representado pelo promotor Coaracy Fonseca, com atuação conjunta dos advogados Roberto Moura, Julia Figueiredo e André Argolo, na condição de assistentes de acusação.
Durante o julgamento, a acusação sustentou que o crime foi motivado por desavenças pessoais. De acordo com relatos apresentados no júri, a vítima teria deixado registrado, ainda no hospital, que responsabilizava Janadaris pelo atentado e mencionava um valor de R$ 50 mil, que, segundo a acusação, seria o pagamento pela execução.
Ao EXTRA, Janadaris criticou o andamento da investigação em Alagoas, alegando que, desde o início, sempre foi tratada como criminosa, considerada uma forasteira e marginalizada. Familiares do advogado acompanharam a sessão usando camisas com pedidos de justiça. A irmã, Manuela de Deus Félix, passou mal durante o julgamento e declarou que a condenação representa um alívio parcial, embora não apague a perda.
Ao final, os advogados assistentes de acusação divulgaram nota afirmando defendendo que a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Alagoas exclua a condenada de seus quadros, por incompatibilidade com o exercício da advocacia. Janadaris foi levada inicialmente à Central de Flagrantes, depois ao IML para a realização do exame de corpo de delito, e, em seguida, será encaminhada ao presídio.