CARTÓRIOS

MP e CGJ investigam uso de certidão de nascimento falsa no INSS

Por José Fernando Martins 12/04/2022 - 09:00
Atualização: 12/04/2022 - 09:36
A- A+
Divulgação
Selos de cartórios estão sendo utilizados em falsificação de documentos
Selos de cartórios estão sendo utilizados em falsificação de documentos

Mais um caso de falsificação de certidão de nascimento está sendo investigado pela Corregedoria-Geral da Justiça de Alagoas (CGJ). O Ministério Público do Estado (MPE) já foi acionado para auxiliar na apuração. 

Desta vez, o documento falso foi identificado pelo registrador responsável do Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais e Notas de Ouro Branco, interior de Alagoas. A certidão "fake" estava sendo utilizada para ingresso de ação trabalhista no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O registrador Manoel Marcos Carvalho Amorim contou às autoridades que no dia 26 de julho do ano passado recebeu o pedido de confirmação de autenticidade de uma segunda via de certidão de nascimento lavrada em nome de Maria Assunção Vieira da Silva. 

Ao realizar buscas no cartório, ele verificou que o documento se travava de falsificação, já que carimbos, selo e o nome de quem teria feito a certidão naquela serventia não eram condizentes.

Em matérias já publicadas pelo EXTRA ALAGOAS é possível perceber que investigações de falsificações têm virado rotina. A CGJ pediu apuração do Setor de Selo Digital, da Divisão de Tecnologia e Informação, para analisar o selo usado e acionou o Cartório de Registro Civil de Mata Grande, uma vez que o registro do selo utilizado no documento falso parecia ter saído daquele local.

No entanto, o Setor de Selo Digital informou que não conseguiu levantar mais informações sobre a falsificação devido divergências do selo físico apresentado. 

Já o Cartório de Mata Grande destacou que o selo apresentado difere daqueles usados atualmente naquela serventia. O caso tramita no MP sob número 02.2022.00001964-9.

Ocorrências

Maria Letícia dos Santos jurava que estava casada “em papel passado”, como dizem. Até quando decidiu se divorciar. Atrás da documentação necessária para a separação, ela descobriu que sua certidão de casamento era falsa. O fato faz levantar suspeita de “tráfico” de selos cartorários para uso criminoso. 

A verdade para Maria Letícia veio à tona no dia 3 de dezembro do ano passado, quando foi ao cartório do 4º Ofício de Notas e 1º Registro de Título e Documentos e de Pessoas Jurídicas de Maceió. Um funcionário da serventia, ao analisar a documentação para o divórcio litigioso, viu que o documento levado pela mulher não constava nos arquivos cartorários. 

Sem contar que o papel apresentado por Maria Letícia estava com várias irregularidades, como um nome de um “tabelião” que teria elaborado o documento. No entanto, este nunca teria trabalhado como oficial de Registro Civil. Como não bastasse a revelação de que o casamento nunca teria existido oficialmente, Maria Letícia ainda passou pelo constrangimento de ser levada pela Polícia Militar à Central de Flagrantes I.

Outro caso de falsificação ocorreu em Campo Alegre. Angela Maria Vieira e Silva Maia, tabeliã do Cartório de Registro Civil e Notas do Município, acionou a CGJ para avisar sobre a certidão de nascimento falsa de José Antônio dos Santos, nascido em 5 de maio de 1951. A serventia foi procurada pelo diretor do Instituto de Identificação de Sergipe para conferir a veracidade do documento. Ao procurar nos registros, não encontrou nada nos livros do cartório, identificando o documento como falso. 

Publicidade

Continua após a publicidade


Encontrou algum erro? Entre em contato