CASO FÁBIO CAMPAGNOLA
Testemunhas descartam legítima defesa no assassinato do empresário italiano no Francês
Crime ocorrido em janeiro tem como acusado policial militar da reservaTestemunhas oculares ouvidas na primeira audiência de instrução sobre o assassinato do empresário italiano Fábio Campagnola descartaram a tese de que o crime foi cometido em legítima defesa. O advogado da família da vítima, Marcelo Medeiros, afirmou em entrevista que a tese "não consegue se sustentar diante dos depoimentos ouvidos na audiência. Não há sequer um elemento que sustente essa tese”, afirmou.
“Elas reforçaram que o PM reformado [acusado] já chegou no estabelecimento da vítima muito alterado, derrubando as mesas da sorveteria, proferindo palavras de baixo calão, colocando o dedo no rosto do Fábio e que chegou a cuspir no rosto da vítima, momento em que os dois entraram em luta corporal.”
A família do italiano afirmou que a defesa vai manter a hipótese de homicídio qualificado em decorrência de motivo fútil e praticado de forma que impossibilitou a defesa da vítima. “O segundo disparo foi dado no momento em que o Fábio já estava no chão, sem possibilidade nenhuma de se defender”, pontuou.
O empresário Fábio Campagnola foi morto a tiros após uma discussão por conta de um carrinho de churros. Na ocasião, a esposa do policial desejava instalar o equipamento na frente da sorveteria, estabelecimento comercial do italiano. Inicialmente, a discussão ocorreu entre o empresário e a mulher, que posteriormente chamou o marido para resolver a situação.
O policial militar aparece nas imagens recolhidas pela polícia agredindo o italiano. Em segue, ele persegue e atira na vítima, que cai em via pública. O policial se aproxima e faz um disparo no empresário caído, agonizando. José Pereira é conhecido por presidir uma associação de transportadores. Informações não oficial apontam que o acusado também é proprietário de uma pousada.
No mês passado, o Superior Tribunal de Justiça negou o pedido de liberdade para o policial militar da reserva. Segundo a defesa do acusado, o PM estaria passando por constrangimento ilegal por excesso de prazo, uma vez que ele está preso há seis meses, sem que sequer tenha iniciado a instrução criminal. A instrução é a fase processual penal que faz o processo avançar para o julgamento.
O relator do processo, ministro Reinaldo Soares da Fonseca, negou o pedido e ainda ressaltou que compete à defesa a demonstração de maneira inequívoca, por meio de documentos, da suposta existência de constrangimento ilegal imposto ao acusado.