VEJA
Empresa admite presença de substância em ração que matou cavalos em Alagoas
Segundo a empresa, substância tóxica pode ter sido introduzida acidentalmente nas rações
A empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda se pronunciou sobre a série de mortes de cavalos em diversos estados brasileiros, incluindo Alagoas, reconhecendo nesta terça-feira, 22, a possível presença da substância tóxica monocrotalina em suas rações. O composto, oriundo de plantas do gênero Crotalaria, é altamente prejudicial à saúde de equinos e teria provocado, segundo levantamento de criadores e autoridades, pelo menos 788 mortes desde abril, além de deixar outros 900 animais em tratamento ou observação clínica.
Em Alagoas, 69 cavalos no Haras Nova Alcateia, localizado no município de Atalaia, morreram. Entre os animais mortos estava Quatum de Alcateia, avaliado em R$ 12 milhões. Os primeiros laudos laboratoriais já apontavam a presença de alcaloides pirrolizidínicos, entre eles a monocrotalina, nas rações fornecidas pela Nutratta. Os equinos apresentaram sintomas como desorientação, perda de apetite, dificuldade de locomoção e alterações comportamentais severas.
Na nota oficial, a empresa afirmou lamentar profundamente os casos e declarou ter suspendido voluntariamente a comercialização das rações após os primeiros indícios da contaminação. A Nutratta também comunicou a adoção de medidas emergenciais, como reforço nos controles laboratoriais, revisão dos critérios de fornecedores, e mudanças na estrutura fabril e nos protocolos sanitários.
Ainda segundo a empresa, os resultados preliminares apontam que a monocrotalina pode ter sido introduzida acidentalmente nas rações por meio de matérias-primas de origem vegetal contaminadas.
Além de Alagoas, as mortes se espalharam por estados como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. Só em São Paulo, estima-se que mais de 400 cavalos tenham morrido.