Caso Cláudia Pollyanne
Médica responsável por clínica clandestina mora em São Paulo
Elisângela Nissola defende donos da Luz e Vida; registro no CFM como psiquiatra não foi localizado
Uma mulher identificada como dra. Elizângela Nissola, que seria a médica responsável pelos atendimentos psiquiátricos na clínica clandestina Luz e Vida, onde a esteticista Cláudia Pollyanne Farias de Sant'Annas faleceu no último dia 9 deste mês em circunstâncias misteriosas, gravou vídeo em defesa dos proprietários do estabelecimento afirmando que nunca ouviu reclamações dos pacientes sobre o casal.
O vídeo foi postado no WhatsApp do empresário Maurício Anchieta, que está foragido da polícia, porém, a suposta médica não tem registro da especialidade no Conselho Federal de Medicina (CFM) como psiquiatra.
A mulher diz que esteve na clínica de reabilitação em Marechal Deodoro no final do ano passado, quando conversou com cada paciente de forma individual e não ouviu "queixas".
Os internos para reabilitação estavam sem "consultas" desde o início deste ano no estabelecimentoque operava sem licença e sem nunca ter sido vistoriado pelo poder público.
No vídeo, a mulher diz que era amiga do casal, Maurício Anchieta, que está foragido desde que a morte de Cláudia Pollyanne foi noticiada, e Jéssica da Conceição Vilela, que está presa desde sexta-feira, 15, após policiais terem resgatado na clínica uma menor de 16 anos, que vivia em cárcere e denunciou ser abusada sexualmente pelo casal.
Jéssica foi presa por maus tratos e estupro, após denúncia da menor à Polícia Civil. As denúncias crescem a cada dia por meio de Boletins de Ocorrência.
O casal é acusado por praticar diversos tipos de violência contra os internos, inclusive contra Cláudia Pollyanne, que tinha o corpo cheio de hematomas e edemas quando deu entrada, já sem vida, na UPA de Marechal.
Segundo os internos, todos os funcionários da clínica sabiam, concordavam e até alguns participavam das agressões. Amigos de Polly cobram que a médica também seja investigada.
Dra. Elizângela Nissola atende no estado de São Paulo numa clínica particular. Diversas buscas foram feitas, mas o título de especialista, comprovado através do RQE, não foi encontrado.
“O casal já teve clínica fechada em São Paulo e pensou que Alagoas era terra sem lei. Justiça por Polly. Não vamos parar até que todos paguem pelo que cometeram”, disse um dos amigos, que questiona a negligência da família em cooperar com as investigações.
Os amigos também questionam se uma médica responsável por uma clínica de dependência química pode fazer consultas on-line com os pacientes, que precisam de acolhimento, atenção e humanização no atendimento.
